12.07.2015 Views

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Pedro José da Fonseca: contributos para a categorização do nome… 392.1. Divisão do nomePedro José da Fonseca apresenta uma classificação do nome que sedistingue da <strong>de</strong> Lobato e Figueiredo por ser mais pormenorizada e extensa,sendo i<strong>de</strong>ntificadas várias subclasses do nome, o que <strong>de</strong>nota que o gramático quetemos em estudo se preocupou em aperfeiçoar as classificações existentes.Além das já habituais subclasses Nome Substantivo e Nome Adjetivo,faz <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r diretamente da classe geral – Nome – as subclassesPrimitivos, Derivados, Colectivos, Verbais, Compostos e Numerais. Estassubclasses estão totalmente afastadas ou separadas do Nome Substantivo edo Nome Adjetivo. Po<strong>de</strong> dizer-se que um <strong>de</strong>terminado vocábulo é umNome Primitivo ou um Nome Verbal sem se saber se é um Nome Adjetivoou Substantivo. Estas subclasses são, assim, concebidas sem que entre elasse estabeleça qualquer relação. (Assunção 2003: 278).A título <strong>de</strong> exemplo, enquanto em Lobato o numeral era uma subclasse dosnomes adjectivos, em Fonseca passa a ser consi<strong>de</strong>rado uma subclassedirectamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do nome.Relativamente ao nome substantivo, o autor apresenta uma <strong>de</strong>finição combase em critérios semântico e sintáctico funcional 4 : “NOME SUBSTANTIVOhe o que significa alguma substancia corporea, ou espiritual, e que por si só pó<strong>de</strong>subsistir na oração sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> alguma outra palavra, que o qualifique.”(Fonseca 1799: 3). Sendo que as substancias corporeas são “as qualida<strong>de</strong>s dosindividuos [que] se conhecem pelos sentidos” (Fonseca 1799: 3) e as substanciasespirituaes são “as qualida<strong>de</strong>s [que] por sua natureza não po<strong>de</strong>m fazer impressãosobre os nossos orgãos, e só são conhecidos pelo entendimento” (Fonseca1799: 4).Estas noções <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s apreensíveis pelos sentidos ou peloentendimento remetem-nos, na gramática actual, para as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> nomesconcretos e abstractos. Segundo Cunha e Cintra, os primeiros “<strong>de</strong>signam os serespropriamente ditos” (Cunha e Cintra 2000: 177) e os segundos “<strong>de</strong>signamnoções, acções, estados e qualida<strong>de</strong>s” (Cunha e Cintra 2000: 178).Para Fonseca, o nome substantivo po<strong>de</strong> ainda ser commum ou appellativo,quando “convém a muitas pessoas, ou a muitas cousas.” (Fonseca 1799: 4) ouentão proprio, quando “exprime huma idéa singular, e convém unicamente ahuma só pessoa, ou cousa.” (Fonseca 1799: 4-5). Em ambas as <strong>de</strong>finições,o autor utiliza critérios semânticos e exemplifica da seguinte forma: “Reino hesubstantivo commum, ou appellativo, por ser nome, que indistinctamente4 “Por regla general, los gramáticos que así entien<strong>de</strong>n el substantivo [como subclase <strong>de</strong>l nombre]lo <strong>de</strong>finen <strong>de</strong>s<strong>de</strong> un punto <strong>de</strong> vista estrictamente semántico y extraoracional” (Calero Vaquera1986: 69).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!