Revista de Letras - Utad

A recepção do Douro no Jornal O Panorama 389multidão de povo, exercitou defronte do Terreiro do Paço a operação dedescer ao fundo do mar dentro de uma máquina hidráulica, que lhe deixavaas mãos e os pés em liberdade de fazer qualquer exercício, e debaixo deágua cantou com todo o sossego vários hinos e salmos: o que o Príncipenosso Senhor estando no seu escaler, por cima do sítio onde o ditoengenheiro se achava submergido, ouviu; como também as respostas queeste deu às perguntas que se lhe fizeram de cima da água. Daqui se vê nãoser novo o invento de uma tal máquina hidráulica comunicada á convençãode Paris, segundo se anunciou no suplemento à Gazeta Nº2, pois que hátanto tempo se viu praticado neste país. (Pan 1838: 309-310) 3Sem qualquer ponto onde nos possamos apoiar, para afirmar que José MariaYola tenha usado o sino mergulhador para perfurar o fundo do rio, no sítio doextinto cachão, não podemos, pelo menos, deixar de levantar a hipótese, pois talse nos afigura possível e plausível.Referências BibliográficasAlmeida, A. Duarte de (1971): Liberais e Miguelistas. Colecção PortugalHistórico, Tomo 9. Lisboa: ed. Romano Torres.Gazeta de Lisboa. 2º Supplemento á Gazeta Nº3. Janeiro 27 de 1795).Jornal Literário e Instrutivo “O Panorama”. (1839-1844). Lisboa.Rodrigues, João Bartolomeu (2008): A Educação na Revista “O Panorama”.Tomo I [Tese de Doutoramento]. Vila Real: UTAD.3 Esta notícia pode ser confirmada na Gazeta de Lisboa, 2º Suplemento à Gazeta Nº3. Janeiro 27de 1795):Suplemento a que se aludeO cidadão Schimit mestre de instrumentos de música deu ultimamenteparte à convenção de ter feito em mecânica dois instrumentos úteis àhumanidade. Um é uma máquina hidráulica calculada para mergulhar naágua a qualquer profundidade: o mergulhador pode serrar, martelar, fazerburacos, segurar cordas, e ajuntar quaisquer coisas que se achem no fundo,sofre a compressão seja de água ou de ar, podendo ao mesmo tempo falarcom quem estiver na superfície da água. 1º Suplemento á Gazeta. Janeiro16 de 1795.