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Revista de Letras - Utad

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368 J. Esteves Reique, entre 1907 e 1932, conduziram o <strong>de</strong>nominado Movimento dos Paladinos doDouro.Em termos concretos, assistia-se a uma superprodução <strong>de</strong>corrente doesforço <strong>de</strong> reconstrução dos vinhedos, após a filoxera, a qual tinha <strong>de</strong> enfrentar aconcorrência <strong>de</strong> vinhos <strong>de</strong> outras regiões do país, mais baratos e <strong>de</strong> menorqualida<strong>de</strong> – o que puxava os vinhos durienses para preços baixíssimos, vendo-sesubstituídos por vinhos do Centro e do Sul, na produção e exportação <strong>de</strong> falsovinho do Porto. Na rua, assistia-se a manifestações, comícios, motins e tumultos;as Câmaras e as personalida<strong>de</strong>s da região faziam chegar ao Governo as suasreclamações através <strong>de</strong> comissões representativas. Na expressão da especialista,Carla Sequeira (2000: 35):É o Douro popular, das massas, e o Douro institucional, a manifestar--se, por vezes num movimento <strong>de</strong> conjunto, perante um Estado inerte, queconsi<strong>de</strong>ram nada fazer em seu favor, parecendo colocar-se ao lado docomércio [o que ainda hoje parece acontecer!].Foram duras as lutas das gentes do Douro contra vários inimigos. Antão <strong>de</strong>Carvalho terminava um seu artigo no jornal Defesa do Douro <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong>1927, com o grito <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>:Povos do Douro: Alerta! Serenos, firmes e <strong>de</strong>cididos, como sempre.Soldados da região duriense! Meus irmãos <strong>de</strong> armas em tantas lutas ingentes!Generais dos nossos combates gloriosos!TODOS A POSTOS! (Sequeira 2000: 28-29).E Júlio Vasques, já em 1905, no Portugal Agrícola (Vol. 16.º, n.º 15, 1905),narra:What is Port Wine? Foi [a] esta pergunta que o juiz Dr. Mahony <strong>de</strong>Dublin respon<strong>de</strong>u na sentença que con<strong>de</strong>nava os srs. Dowell Bross porven<strong>de</strong>rem vinhos com a simples <strong>de</strong>signação Port. Eliminandopropositadamente as palavras explicativas que <strong>de</strong>nunciavam a suaprocedência para assim melhor o po<strong>de</strong>rem ven<strong>de</strong>r como Port-wine. […]Vinho do Porto é o vinho produzido em Portugal e na região do Douro.(Sequeira 2000: 182)Também Torcato <strong>de</strong> Magalhães recorria à escrita “Para meditar…”, em1928:O primeiro homem que no Douro repetiu o gesto <strong>de</strong> Moisés – estetocando a rocha seca com a sua vara para fazer brotar a água com quematou a se<strong>de</strong> ao seu povo, aquele empurrando a clava <strong>de</strong> gigante parapulverizar a rocha em que se produzisse o vinho apetecido – mal imaginou

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