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Revista de Letras - Utad

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Contributos para a análise da elipse lacunar (gapping) 99(15) Basta-me saber-te nesta sala para que eu [fique] tranquilo (85)(16) Cada lágrima [era / parecia] um olho que lhe <strong>de</strong>sce as bochechas (88)(17) Se o casal <strong>de</strong> indianos [estivesse] por ali, o pequeno mostrava-me ao gran<strong>de</strong> e enfiava--me no cabaz (139)“Sôbolos Rios Que Vão”:(18) A harpa da dona Irene [era / parecia] um arrepio a ganhar espessura transformando-senum jorro <strong>de</strong> gotas que <strong>de</strong>sciam sobre ele (19)(19) E <strong>de</strong> facto as cegonhas <strong>de</strong>sgrenhavam a cobertura do chalé com um menino <strong>de</strong> barroincapaz <strong>de</strong> fazer chichi para o lago on<strong>de</strong> [havia] papéis e ramos secos (21)(20) Apeteceu-lhe que (…) lhe entregassem um saxofone para um pasodoble enquanto afamília [batia] palmas a compasso (22)(21) Voltou-se na direcção da pare<strong>de</strong> on<strong>de</strong> [viu] um mosquito achatado que nunca notou (87)(22) A diminuir o oxigénio porque um ponteiro vermelho [recuou] do trinta para o vinte(104)(23) No último sábado que lá fui (…) o lameiro substituído por milho, a vereda das amoras[era agora] uma rua <strong>de</strong> emigrantes com leões <strong>de</strong> faiança (126)(24) E então compreendi que o Mon<strong>de</strong>go [era / parecia] uma melancolia custosa a lutar porexprimir-se, chamam àquilo rio e sobre ele vamos na esperança que [seja] nadirecção do mar quando [não há] mar algum (162)(25) A minha mãe afiança que eu [sou] <strong>de</strong> chumbo (188)(26) – não imaginava que <strong>de</strong> perto as andorinhas [eram] horríveis (192)5. Análise do corpus antuniano5.1 Comecemos por O Arquipélago da Insónia.Optámos por dividir este breve corpus em três grupos.Quanto ao primeiro, que correspon<strong>de</strong> aos quatro primeiros exemplos,mostra casos <strong>de</strong> elipse lacunar em contexto <strong>de</strong> oração subordinada causal,introduzida pela conjunção ‘porque’ ou então pela locução ‘visto que’.O segundo, que correspon<strong>de</strong> aos exemplos (5) a (9), oferece-nos contextosem que se afigura possível a reconstituição sempre do mesmo tipo <strong>de</strong> verbo, <strong>de</strong>um lugar, do tipo <strong>de</strong> ‘haver’, em contexto <strong>de</strong> subordinada adverbial relativa,encetada por ‘on<strong>de</strong>’ ou ‘em que’.O terceiro, que integra os exemplos (10) a (17), apresenta casos <strong>de</strong> elipselacunar do que parecem ser verbos copulativos, quer em contextos <strong>de</strong> frasesimples (exemplos 10, 11 e 16), quer <strong>de</strong> frase complexa por subordinação (osrestantes). Vejamo-los com algum <strong>de</strong>talhe.Quanto ao primeiro grupo, concentremo-nos apenas nas subordinadascausais, e ignoremos as orações matrizes que servem por ora paracontextualização). Repare-se que os SN’s lexicalmente realizados como ‘narizespostiços’, ‘andaimes’ e ‘tocas <strong>de</strong> raposa’ tornam possível, pelas suas qualida<strong>de</strong>stemáticas, a reconstituição das formas <strong>de</strong> ‘haver’, verbo <strong>de</strong> um lugar, pois eles

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