12.07.2015 Views

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

296 Hugo Silveira PereiraEntretanto, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> o caminho-<strong>de</strong>-ferro atravessar o Douro antes <strong>de</strong> seligar a Espanha (AHMOP, CSOP, 1882, caixa 24, parecer 10050) <strong>de</strong>ixava Trás--os-Montes com pouco menos <strong>de</strong> 70 quilómetros <strong>de</strong> via-férrea pela suaextremida<strong>de</strong> sul, pelo que em 1883 um grupo <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados requer estudos paraduas linhas nesta província: um <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Régua por Vila Real, Vila Pouca,Miran<strong>de</strong>la e Zamora e outro entre Miran<strong>de</strong>la, Chaves e Bragança (DCD, 1883-2-17: 372-373).Todavia, seria a linha do Tua a única a ser construída neste período, graçasao interesse do con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Foz, que a breve trecho se tornaria o homem forte daCompanhia Real dos Caminhos <strong>de</strong> Ferro Portugueses (CRCFP), a principalempresa ferroviária do Reino, (Gomes 2009: 5) e à preferência da JCOP, por tersido já estudada e por atravessar o que julgava ser a zona mais produtiva epopulosa da região (AHMOP, CSOP, 1883, caixa 25, parecer 10305).A lei <strong>de</strong> 1883-4-26, que previa também a construção da linha da Beira Baixae do ramal <strong>de</strong> Viseu, or<strong>de</strong>na a adjudicação em concurso da obra. Era uma linhaem bitola reduzida que seguia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a foz do Tua até Miran<strong>de</strong>la à qual seatribuía uma garantia <strong>de</strong> juro. A questão essencial era saber por qual dasmargens do Tua se assentariam os carris, o que motivou alguns duelosparlamentares entre <strong>de</strong>putados <strong>de</strong> uma e outra margem, acabando por se optarpela margem esquerda por ser a menos aci<strong>de</strong>ntada (AHMOP, CSOP, 1884, caixa27, parecer 11627). No entanto, do primeiro concurso nada resultou, porque ascondições <strong>de</strong> resgate da linha por parte do Estado afastaram os interessados.Clemente Meneres procurou cativar o banqueiro Henry Burnay e os Pereire, mascomo não conseguisse, propõe-se ele próprio a levar a efeito a obra, acabandopor <strong>de</strong>sistir da pretensão após a alteração das condições <strong>de</strong> remissão satisfazer avonta<strong>de</strong> do con<strong>de</strong> da Foz, que, por contratos <strong>de</strong> 1883-12-24 e <strong>de</strong> 1884-6-30 epela lei <strong>de</strong> 1884-5-26, assumiu oficialmente a concessão. O concessionárioempenhou-se na obra e rapidamente apresenta o traçado ao governo, que éelogiado pela JCOP pelas boas condições <strong>de</strong> tracção que conseguia em tãoaci<strong>de</strong>ntado terreno (AHMOP, CSOP, 1884, caixa 27, parecer 11627; 1885, caixa29, parecer 12791). Aprovado o plano <strong>de</strong> construção, o con<strong>de</strong> da Foz trespassa aconcessão em 1885-10-1 para a Companhia Nacional dos Caminhos <strong>de</strong> Ferro,por ele fundada.A empreitada foi tudo menos fácil, <strong>de</strong>vido às condições orográficas daregião, que <strong>de</strong>terminaram um traçado muito curvilíneo e que as ligações aBragança e às minas <strong>de</strong> mármores e alabastros fossem adiadas. A linha seriaaberta provisoriamente a 1887-9-29 (Silva 2004: 118), mas apresentava aindamuitos <strong>de</strong>feitos ao nível das obras e do pessoal pelo que em 1888 ainda nãoestava totalmente operacional (AHMOP, CSOP, 1888, caixa 34, parecer 15179).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!