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Revista de Letras - Utad

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A recepção do Douro no Jornal O Panorama 385Todas sabem quanto é difícil entrar: um banco <strong>de</strong> areia variável dabanda <strong>de</strong> fora, rochedos espalhados, baixos, restingas, as arrumações <strong>de</strong>areias, e as alterações que produz cada inverno, a tornam sumamenteperigosa, e se não fosse o auxílio dos práticos, que resi<strong>de</strong>m na Foz, rarosnavios conseguiriam entrada; contudo é esta barra a causa principal daopulência do Porto, e o canal do comércio das três províncias do norte doreino. (Pan 1838: 178)Consciente <strong>de</strong> que as limitações <strong>de</strong> um artigo <strong>de</strong>sta natureza não fazem jus àdignida<strong>de</strong> que o lugar merece, não se inibe o autor em remeter os seus leitorespara a fonte on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão encontrar não só informação mais do que suficientepara resolver os problemas da navegabilida<strong>de</strong> da embocadura, como apresenta oautor do projecto <strong>de</strong> melhoramento da barra do Porto.Para dar cabal i<strong>de</strong>ia tanto da localida<strong>de</strong>, como das obras <strong>de</strong> que carece,já permanentes, já filhas das circunstâncias, seria necessário, não só ocuparlargo espaço, mas também apresentar uma planta exacta da barra com asnecessárias indicações; esta porém encontrará o curioso no Tom 9 dasmemórias da nossa Aca<strong>de</strong>mia das Ciências, em ponto gran<strong>de</strong>, abrangendoda Foz até Quebrantões, com a escala apropriada em braças. Tratou-a ohábil engenheiro, o Sr. Luís Gomes <strong>de</strong> Carvalho, e acompanhou-a <strong>de</strong> umamemória, em que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> estabelecidos os princípios gerais para arestauração das barras dos portos formadas nas fozes dos rios, se fazespecial aplicação <strong>de</strong>les ao melhoramento da barra do Porto. A base <strong>de</strong>stemelhoramento é a igualação e colocação da margem esquerda a respeito dadireita existente, por meio dos esforços da arte, para suprimir e remediar os<strong>de</strong>feitos e <strong>de</strong>sarranjos da natureza; por isso que – “a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> das duasmargens é o foco <strong>de</strong> on<strong>de</strong> emanam todos os males que se sofrem na barrada foz”. (Pan 1839: 178-179)A memória do lugar da Foz parece exercer sobre Herculano um fascínio tal,que, apenas, num pequeno parágrafo, o penúltimo, não só faz o elogio do lugar,e da sua população, situando-o, geograficamente, relativamente ao Porto, comoinvoca explicitamente o cerco do Porto:O sítio da Foz é um lugar muito aprazível e muito frequentado naestação dos banhos, tendo fácil e pronta comunicação, quer por mar, querpor terra, com a cida<strong>de</strong> do Porto, don<strong>de</strong> dista obra <strong>de</strong> três quartos <strong>de</strong> légua,pouco mais ou menos; a população <strong>de</strong>ste lugar andará por tês milindivíduos. Na proximida<strong>de</strong> está colocado sobre uma altura o farol <strong>de</strong> N.ªSr.ª da Luz. Todas estas localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem estar bem presentes namemória dos nossos leitores pelos felizes sucessos do cerca da InvictaCida<strong>de</strong>. (Pan 1838: 179)

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