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Revista de Letras - Utad

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400 Maria da Graça Sardinha e António Paisassociados ao livro, à leitura, ao leitor e aos factores contextuais, que po<strong>de</strong>ndoser uma mais-valia são frequentemente <strong>de</strong>saproveitados. Assim sendo, ao longo<strong>de</strong>ste texto tentaremos encontrar algumas respostas que, não constituindosoluções rápidas, po<strong>de</strong>m ajudar num caminho que se faz caminhando.1. Literacia e LeituraO ensino do Português como língua estrangeira não po<strong>de</strong> alhear-se <strong>de</strong>práticas culturais <strong>de</strong> há alguns anos a esta parte, exigindo uma profundareflexão. Tavares (2007: 44), ao referir-se ao vocábulo literacia como otratamento cognitivo do quotidiano, estabelece algumas diferenças entre cenários<strong>de</strong> alfabetização e <strong>de</strong> literacia.Neste enquadramento, a autora vai muito além do manual e do livro comomediadores da prática pedagógica num passado ainda pouco remoto. Com efeito,centra-se em suportes como os documentos autênticos, o ecrã do computador, opróprio mundo e, concomitantemente, o sujeito que apren<strong>de</strong>. Quanto àsoperações no âmbito da aprendizagem, ultrapassa a simples linearização e<strong>de</strong>cifração, apontando caminhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slinearização, associação, relação,contextualização e sintetização. Continuando a basearmo-nos na mesma autora,privilegiamos no ensino do Português como língua estrangeira os mo<strong>de</strong>losonomasiológicos, on<strong>de</strong> os conhecimentos do leitor e as suas experiências domundo <strong>de</strong>têm uma importância crucial. De facto, como referimos anteriormente,a literacia exige o tratamento cognitivo do quotidiano, “o que implica otratamento da multimodalida<strong>de</strong>, da simultaneida<strong>de</strong>, da complexida<strong>de</strong>” (Tavares2007: 44).Retomando o mo<strong>de</strong>lo supracitado, não se nos afigura difícil estabelecerpontes com a aprendizagem da leitura. Lembramos Umberto Eco (2003) que vêno acto <strong>de</strong> leitura uma transacção entre as competências do leitor e o própriotexto. Aqui, neste cruzamento, se inserem todas as vivências experienciais <strong>de</strong>cada leitor.2. Literatura Infantil e MedidoresSe o ensino da língua estrangeira <strong>de</strong>ve privilegiar documentos autênticos,como afirmámos, e se na óptica da aprendizagem da leitura se reconhece aimportância da interacção do sujeito com o texto, a partilha da memóriacolectiva e cultural unifica, como diz Nobile (1992: 19-20), uma comunida<strong>de</strong>projectando-a no futuro. Deste modo, os sujeitos que apren<strong>de</strong>m o Portuguêspo<strong>de</strong>m, assim, evocar experiências do passado, reproduzindo igualmente a suaexperiência <strong>de</strong> leitores.

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