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Revista de Letras - Utad

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A História n’ “A Inaudita Guerra” <strong>de</strong> Mário <strong>de</strong> Carvalho 3192.2. A Reconquista da PenínsulaEntretanto, a partir das Astúrias, os visigodos afadigavam-se parareconquistar o território que lhes havia pertencido. Sob o comando <strong>de</strong> Pelágio,venceram os muçulmanos na batalha <strong>de</strong> Covadonga, em 722. Esteacontecimento, insignificante para os muçulmanos 8 , acabou por ser o iníciosimbólico da reconquista cristã. A luta continuaria ainda por cinco séculos.Afonso I, o Católico, sucessor <strong>de</strong> Pelágio, aproveitando a quebra <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>dos muçulmanos 9 , apenas sustentada pela religião islâmica, <strong>de</strong>senvolveu umaeficaz acção político-militar contra as suas forças. Isto significou a expulsão dosÁrabes da Galiza, por não po<strong>de</strong>rem resistir à ofensiva cristã e à fome dos anos749 e 750 que assolou a Espanha mourisca.A reconquista não prosseguiu nos reinados imediatos. Coube a Afonso III,o Casto (866-910), conquistar as terras situadas entre o Minho e o Mon<strong>de</strong>go.A Península continuava ameaçada pelos árabes.Seguiram-se os califados dos Omíadas e <strong>de</strong> Almançor que ampliaramsubstancialmente o seu território. Entretanto, a fragmentação da península emreinos taifas fragilizou-os, mercê <strong>de</strong> <strong>de</strong>gladiações internas e embates externos(dos cristãos).Os dirigentes do Algarve al-Andalus, sentindo-se impotentes, pediram apoioexterior, aos almorávidas (berberes nómadas do Norte <strong>de</strong> África). Começouo emirado almorávida (1095-1114). Afonso VI <strong>de</strong> Leão e Castela, imperador daEspanha, tentou afastá-los, mas foi <strong>de</strong>rrotado na batalha <strong>de</strong> Zalaca, em 1086, nãoconseguindo assim travar o seu avanço.O emirado almorávida é caracterizado por uma gran<strong>de</strong> intolerância religiosaem relação aos cristãos, <strong>de</strong>vido ao fanatismo exacerbado dos seus lí<strong>de</strong>resreligiosos, colocando a guerra santa como missão prioritária.No entanto, as revoltas internas, instigadas pelos sufis 10 abalaram os seusalicerces, ficando estes vulneráveis às investidas dos almóadas, recém-chegadosà Península, com o intuito <strong>de</strong> travarem o avanço dos cristãos. De novo, osmoçárabes são perseguidos, vítimas do fanatismo religioso.O principado almóada acabou por ser mais longo e marcante que o emiradoalmorávida.8 As fontes árabes apenas referem que um grupo <strong>de</strong> rebel<strong>de</strong>s das Astúrias subsistia ao po<strong>de</strong>r árabe(Cf. Araújo 1983: 267).9 Estes eram constituídos por vários grupos étnicos e tribos. Os berberes revoltaram-se porque, poror<strong>de</strong>m do governador do Egipto e Norte <strong>de</strong> África, <strong>de</strong>veriam pagar impostos, tal como os cristãos(Araújo 1983: 268).10 “O sufismo é, basicamente, uma atitu<strong>de</strong> religiosa, um renascer do fervor místico que semantinha aceso <strong>de</strong>baixo das elaborações intelectualistas e do formalismo ritual que entretanto sehaviam acumulado sobre a doutrina do Profeta” (Araújo 1983: 280).

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