12.07.2015 Views

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

56 Rui Dias Guimarãescomo sua esta região” (Parente 2003: 357) zona <strong>de</strong>limitada hipoteticamente anorte por Vila Pouca <strong>de</strong> Aguiar, a nascente pelos rios Tinhela ou Tua, a poente,pelo Marão e a sul pelo rio Douro.Sensivelmente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta região, registaram-se 344 inscriçõesserpentiformes (Parente 2003: 344), algumas com diversas ondulações,incluindo a do tipo espiralado, em penedos, castros, rochas. Haverá algumarelação entre estas inscrições na pedra e as da memória cultural imaterial?Afirma o autor que os Lapiteias, “sendo um gran<strong>de</strong> povo dos Sefes,adoravam as serpentes, que gravavam nas rochas” (Parente 2003: 357)consi<strong>de</strong>rando o castro <strong>de</strong> S. Bento, junto a Vila Real, “o mais importantesantuário ofiolátrico <strong>de</strong> toda a região e era necessário pedir às divinas serpentes aprotecção para os rebanhos”.A propósito da mitologia ibérica, existe ainda um gran<strong>de</strong> mistério e váriashipóteses (Lamas 1991: 174, 176):os <strong>de</strong>uses ibéricos permanecem entida<strong>de</strong>s misteriosas, entre as quais temespecial relevo um <strong>de</strong>us cujo po<strong>de</strong>r se manifestava em vários santuáriosmontanheses. Este <strong>de</strong>us parece ter <strong>de</strong>sempenhado um papel muitoimportante nas regiões meridionais, antes da conquista romana. Mas nuncafoi possível i<strong>de</strong>ntificá-lo. Embora existam, nos referidos santuários,nascentes ou fontes, parece pouco admissível a hipótese <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> umgénio das águas […]No Norte da Península e na Galiza verifica-se a existência <strong>de</strong> um culto daserpente, que <strong>de</strong>sempenhou um papel importante nos mitos dos povos doscastros <strong>de</strong> Portugal Setentrional e da Galiza.Consi<strong>de</strong>rando os Lusitanos e as religiões proto-históricas, assinala-se aexistência <strong>de</strong> vestígios <strong>de</strong> inscrições em carateres ibéricos ou tur<strong>de</strong>tânicos emsepulturas do sul <strong>de</strong> Portugal (Vasconcelos 1913: 3).Por outro lado, das relações militares e comerciais dos romanos,estabeleceram-se contatos com povos da Ásia e <strong>de</strong> África que introduziramdiversos cultos na Lusitânia. Importa referir o culto a Serapis, <strong>de</strong> origem egípcia,que tem um templo em Panóias, Vila Real, e o culto a Mythras, <strong>de</strong> origempérsica.A propósito do culto <strong>de</strong> Mythras, “quanto a julgar da sua importância geral,este culto, <strong>de</strong>vesse estar bastante propagado na Lusitânia, <strong>de</strong>ixou aí poucosdocumentos, embora importantes; e são eles da Lusitânia espanhola”(Vasconcelos 1913: 335, 339).O culto <strong>de</strong>sta divinda<strong>de</strong> da luz, protetora dos exércitos, e que “patenteava àsalmas dos homens post mortem as regiões da glória eterna” (Vasconcelos 1913:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!