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Revista de Letras - Utad

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30 António Bárbolo Alves, Margarida Telo Ramos e Ana Maria CarvalhoAs formas miran<strong>de</strong>sa e portuguesa, tal como a forma castelhana helecho,provêm do latim tardio filictum que, segundo Machado (1990), parece tersubstituído filix, <strong>de</strong> que é diminutivo.Lhino, Linum usitatissimumO linho foi uma cultura bastante difundida nesta região mas que hojepraticamente <strong>de</strong>sapareceu. Tradicionalmente era cultivado em pequenosterrenos, alagadiços ou próximos <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água, sendo <strong>de</strong>pois utilizado parao fabrico <strong>de</strong> algumas peças <strong>de</strong> vestuário, nomeadamente camisas, e também <strong>de</strong>outros tecidos <strong>de</strong> uso doméstico, toalhas, lençóis, panos, entre outros. Para alémdisso, a linhaça, em mirandês lhinaça, era também utilizada para fins medicinais,nomeadamente para constipações e mesmo pneumonias.Etimologicamente <strong>de</strong>riva do latim linum, verificando-se na forma miran<strong>de</strong>saduas das características da sua evolução <strong>de</strong>ste o latim: a palatalização <strong>de</strong> l-inicial e a conservação do -n- intervocálico.Nebro, Juniperus oxycedrusO nebro (também <strong>de</strong>signado niebro), é uma das árvores mais emblemáticasdas arribas do Douro. Crescem, solenes e solitários, em terrenos pedregosos, mastambém junto aos muros <strong>de</strong> muitas proprieda<strong>de</strong>s pois os agricultores conhecemmuito bem a sua utilida<strong>de</strong>.A primeira, rara e quase já <strong>de</strong>saparecida, era para fazer azeite <strong>de</strong> nebro.Servia para curar as feridas. A segunda, era para alimentar os animais. NoInverno, quando a alimentação escasseava, cortavam-se os ramos <strong>de</strong> nebro queeram disponibilizados ao gado vacum para se alimentar. A terceira, <strong>de</strong>vido àgran<strong>de</strong> resistência da sua ma<strong>de</strong>ira, é para a construção, servindo para vigas,caibros e também para ombreira em muitas entradas.Refira-se também que as bagas <strong>de</strong> zimbro são conhecidas, em mirandês,como bulhacos <strong>de</strong> nebro. Em algumas regiões portuguesas (Beira Alta) e outrasdo mediterrâneo, nomeadamente no sul da França, elas são muito apreciadascomo condimento. Na Terra <strong>de</strong> Miranda <strong>de</strong>sconhecemos esse uso comum. Noentanto, quando maduras, no Inverno, elas são um óptimo alimento para algumasespécies <strong>de</strong> aves que passam pela região e, como muito bem me lembro, eramtambém comidas pelos humanos.Etimologicamente a forma nebro provém do latim junipĕrus, tal como aforma castelhana enebro. Por sua vez a <strong>de</strong>signação bulhaca, segundo Corominas(1991-1997, I, 539), é uma forma <strong>de</strong> origem incerta embora, possivelmente, docelta *bullaca. O mesmo filólogo acrescenta que todos os testemunhos sobreesta forma se referem à zona leonesa.Ouriegano, Origanum vulgareOs orégãos crescem espontaneamente em alguns locais da Terra <strong>de</strong>Miranda, sendo utilizados como tempero para algumas comidas.

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