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Revista de Letras - Utad

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74 Rolf KemmlerObserva-se que parece mesmo reproduzir a essência da enumeração feitapor Lobato (1770: 7): 17Na lingua Portugueza ha nove especies <strong>de</strong> palavras, <strong>de</strong> que como partes pó<strong>de</strong>constar a oração Portugueza, a saber: Artigo, Nome, Pronome, Verbo, Participio,Preposição, Adverbio, Conjunção, Interjeição. Destas as primeiras cinco são<strong>de</strong>clinaveis, por variarem a terminação, isto he, a ultima syllaba com mudança, ouaccrescentamento <strong>de</strong> letras; e as outras são in<strong>de</strong>clinaveis, por conservarem sempre amesma terminação. De todas trataremos por sua or<strong>de</strong>m.On<strong>de</strong> se verifica que o gramático franciscano até reproduz a or<strong>de</strong>m dasprimeiras nove partes da oração como as encontramos em Lobato, a únicadivergência encontra-se na inclusão da nova categoria ‘particulas grammaticaes’que veremos a seguir (cf. 3.2.10).3.2.1. O artigoA <strong>de</strong>finição do artigo, aparentemente sucinta e simples, <strong>de</strong>staca-se pelanegação do valor semântico do artigo, consi<strong>de</strong>rado como parte da oraçãoin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, valor este que somente adquiriria em contexto com umsubstantivo:P. Que cousa he Artigo?R. He huma voz que não tem significação propria; mas i<strong>de</strong>ntificada com osNomes, lhes dá huma accepção particular (Virgem Maria 1815, I: 4).De forma semelhante a Lobato, 18 que mistura os critérios semânticoontológico,paradigmático e lexical na <strong>de</strong>finição do artigo, 19 Virgem Mariaconjuga as caraterísticas 1-s-ont (‘não tem significação propria’) e 2-s-sin (‘masi<strong>de</strong>ntificada com os Nomes, lhes dá huma accepção particular’). 20 Parece,17 Sem tomar em consi<strong>de</strong>ração a inclusão do artigo como traço próprio do português (face aolatim), é pertinente que Schäfer-Prieß (2000: 144) conte Lobato entre os representantes do ‘sistemaclássico’ <strong>de</strong> oito partes da oração.18 Cf. Lobato (1770: 8): «ARtigo he huma palavrinha, que por si só não significa cousa algumacompletamente; mas posta na oração antes do nome Appellativo, ou Commum, lhe restringe, e<strong>de</strong>termina a sua significação geral, fazendo-a pertencer a huma só pessoa, ou cousa».19 Cf. a este respeito Schäfer-Prieß (2000: 180): «Eine solche Definition nach mehreren Kriterien(hier 1-s-ont: ‘hat allein keine vollständige Be<strong>de</strong>utung’; 2-pos: ‘steht vor <strong>de</strong>m Appellativum’; 2-ssyn:‘verän<strong>de</strong>rt die Be<strong>de</strong>utung <strong>de</strong>s Substantivs’) ist typisch für <strong>de</strong>n Artikel als eine Wortart ohneDefinitionsvorbil<strong>de</strong>r aus <strong>de</strong>r lateinischen Grammatik». Cf. também Schäfer-Prieß (no prelo: cap.4.5.3.5.1): «Uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>stas, <strong>de</strong> acordo com vários critérios (aqui 1-s-ont: ‘por si só nãosignifica cousa alguma completamente’; 2-pos: ‘[palavra] posta antes do nome Appellativo’; 2-ssin:‘modifica o significado do substantivo’), é típica do artigo como parte do discurso que não temmo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>finitórios nas gramáticas latinas».20 A listagem dos critérios gramaticais e extragramaticais em Schäfer-Prieß (2000: 125-126)baseia-se no artigo do investigador francês Sylvain Auroux (1988), tendo os critérios sido

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