12.07.2015 Views

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

288 Hugo Silveira PereiraNo início da década seguinte, a i<strong>de</strong>ia manteve-se viva na mente dos peritosnacionais. Quando Fontes Pereira <strong>de</strong> Melo <strong>de</strong>cretou o estudo da linha entreLisboa e Porto, indicou <strong>de</strong> imediato que a chegada à Invicta tinha <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>modo que permitisse o seu prolongamento pelo Minho e pelo Douro (portaria <strong>de</strong>1852-11-9). Um ano antes o engenheiro Albino <strong>de</strong> Figueiredo adiantava umanova solução através <strong>de</strong> uma ferrovia que partindo do Porto seguisse até à Réguae <strong>de</strong>pois subisse até Vila Real (Almeida 1851: 21-23).Todavia, este entusiasmo seria arrefecido por um relatório <strong>de</strong> 1856 doengenheiro francês Watier – contratado por Fontes para estudar as linhasnacionais –, que classifica <strong>de</strong> impraticável qualquer linha partindo do Porto àexcepção da que seguisse pelo litoral até à Galiza (Boletim do Ministério dasObras Públicas (BMOP), 1860, 1: 110 e ss.). Talvez por causa <strong>de</strong>ste parecer alinha pelo vale do Douro foi esquecida ao passo que para a linha do Minhoalguns capitalistas chegaram ainda a mostrar interesse, <strong>de</strong>signadamente oespanhol Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Reus (portaria <strong>de</strong> 1857-9-8) e o luso Barão <strong>de</strong> Lagos (DG,1859, 61: 332-333).A maturação do projectoSó no início da década <strong>de</strong> 1860 se voltaria a falar na linha do Douro, <strong>de</strong>stafeita no próprio Parlamento on<strong>de</strong> os <strong>de</strong>putados transmontanos Júlio do CarvalhalSousa Teles e Afonso Botelho por três vezes propõem a construção daquelalinha até à Régua ou à foz do Tua (Diário da Câmara dos Deputados (DCD),1860-5-22, 234-235, Diário <strong>de</strong> Lisboa, sessões da câmara dos <strong>de</strong>putados <strong>de</strong>1862-1-17: 182; 1862-6-12: 1638; e 1862-6-26: 1775-1776), que seria “asalvação do Douro, e ao mesmo tempo o engran<strong>de</strong>cimento e a ventura daprovincia <strong>de</strong> Traz-os-Montes” (DCD, 1860-5-22: 234). Note-se que por estaaltura a região do Douro <strong>de</strong>batia-se com a praga do oídio (Sousa e Marques2004: 78 e 81), vendo-se o caminho-<strong>de</strong>-ferro como um refrigério para ospa<strong>de</strong>cimentos da região.Porém, a falta <strong>de</strong> estudos sobre o terreno <strong>de</strong>saconselhava a construçãoimediata, pelo que a acção do governo passou por or<strong>de</strong>nar ao engenheiro SousaBrandão a realização <strong>de</strong>sses exames (portaria <strong>de</strong> 1862-7-17).Apesar <strong>de</strong> estes estudos terem merecido a aprovação do órgão consultivo dogoverno, o Conselho Superior <strong>de</strong> Obras Públicas (CSOP) (Arquivo Histórico doMinistério das Obras Públicas (AHMOP), CSOP, Livro <strong>de</strong> consultas, 1864, 19:53-54), a iniciativa privada parecia mais voltada para uma linha pelo Minho,tendo surgido quatro propostas nesse sentido da autoria <strong>de</strong> Grouselle &Companhia, José <strong>de</strong> Salamanca (empreiteiro das linhas <strong>de</strong> Norte e Leste), Mare<strong>de</strong> la Caine e Piombino & Companhia (AHMOP, CSOP, Livro <strong>de</strong> consultas,1864, 19: 361-364 e 366-370), <strong>de</strong> modo que na Câmara dos <strong>de</strong>putados chega a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!