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Revista de Letras - Utad

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76 Rolf Kemmlerautor francês pareça mais próxima da <strong>de</strong>finição portuguesa do que a respetivaentrada no termo ‘nom’ <strong>de</strong>ntro da Encyclopédie méthodique, julgamos que onosso gramático se terá baseado na <strong>de</strong>finição do termo ‘pronom’ pelo mesmoautor francês: «Les noms, je le répète, expriment <strong>de</strong>s sujets déterminés par l’idée<strong>de</strong> leur nature [...]» (EMGL 1786, 3: 230), o que aliás, veremos confirmado nofim do capítulo seguinte.3.2.3. O pronomeO pronome é <strong>de</strong>finido com base no critério paradigmático <strong>de</strong> substituir onome ou coisa a que refere (Schäfer-Prieß 2000: 125, 172):P. Que cousa he Pronome?R. He aquelle que traz á memoria o nome ou cousa a quem se refere, como Eu, tu,Elle, etc. (Virgem Maria 1815, I: 10).Dentro <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>finição, merece especial <strong>de</strong>staque a referência explícita <strong>de</strong> opronome trazer à memória a palavra a que se refere. Como pertinentementeconstata Schäfer-Prieß (2000: 172), o gramático posterior Manuel BorgesCarneiro (1820: 25) chega a tratar com mais precisão a <strong>de</strong>finição paradigmáticatípica <strong>de</strong> autores anteriores que afirmavam que este se encontrava em vez donome:I O pronome representa e traz á memoria algum nome, como, eu, tu, elle, se, lhe, oqual, aquelle, o mesmo, etc. Tem-se distinguido muitas especies <strong>de</strong> pronomes; o que éinutil, ou melhor se apren<strong>de</strong> pelo uso que por preceitos. P. Que cousa he Pronome? 24On<strong>de</strong> a <strong>de</strong>finição do pronome parece bastante tradicional por enquadrar-senas <strong>de</strong>finições fornecidas na tradição gramatical portuguesa (<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando,portanto, as pon<strong>de</strong>rações dos gramáticos gerais franceses), o início da nota <strong>de</strong>rodapé volta a retomar consi<strong>de</strong>rações mais complexas:A differença dos Nomes aos Pronomes consiste em que, os primeiros <strong>de</strong>terminaõ oSujeito pela idéa da sus natureza; e os segundos pela idéa da cousa subentendida: nomais, os Pronomes tem os mesmos Acci<strong>de</strong>ntes dos Nomes (Virgem Maria 1815, I: 10-11, nota a).Torna-se óbvio que este breve trecho é uma retoma algo livre do esforço<strong>de</strong>finitório que encontramos na palavra ‘pronom’ da Encyclopédie méthodique:24 A não ser que exista uma fonte comum a que não tivemos acesso até agora, esta coincidênciaúnica leva a crer que Carneiro terá aproveitado parcialmente a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Virgem Maria.

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