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Alternativas de Políticas Públicas para a Banda Larga - Portal do ...

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Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Altos Estu<strong>do</strong>s 6<br />

<strong>Alternativas</strong> <strong>de</strong> <strong>Políticas</strong> <strong>Públicas</strong><br />

<strong>para</strong> a <strong>Banda</strong> <strong>Larga</strong><br />

problemas <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação entre atores priva<strong>do</strong>s. É importante, nesse senti<strong>do</strong>,<br />

olhar as circunstâncias nas quais o Esta<strong>do</strong> emerge como fornece<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços<br />

<strong>de</strong> telecomunicações.<br />

5. O priva<strong>do</strong> e o público<br />

A estatização <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> telecomunicações, no Brasil e no mun<strong>do</strong>, <strong>de</strong>correu<br />

inúmeras vezes <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sistema político em prover um quadro regulatório<br />

estável e consistente com o ciclo <strong>do</strong> investimento. Os investimentos em<br />

infraestrutura <strong>de</strong> telecomunicações têm maturação <strong>de</strong> longo prazo, enquanto o<br />

ciclo político é <strong>de</strong> curto prazo. Por isso o Esta<strong>do</strong> tem dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> assumir<br />

compromissos regulatórios <strong>de</strong> longo prazo. Quan<strong>do</strong> o setor atrai atores priva<strong>do</strong>s,<br />

mas o ambiente regulatório não incentiva o investimento, configura-se um cenário<br />

<strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelo capital priva<strong>do</strong>, que não investe por causa <strong>de</strong> incerteza regulatória.<br />

Se o Esta<strong>do</strong> não consegue resolver o problema <strong>de</strong> se comprometer com<br />

regras que permitam o investimento, o resulta<strong>do</strong> é um setor priva<strong>do</strong> ineficiente,<br />

que não investe e não provê serviços suficientes à população. Como essa situação<br />

envolve um alto custo político aos governos, estes terminam realizan<strong>do</strong> investimentos<br />

próprios. Dessa forma, resolve-se a questão regulatória pela via <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

prove<strong>do</strong>r, da<strong>do</strong> que os problemas institucionais não são resolvi<strong>do</strong>s e, portanto, o<br />

serviço priva<strong>do</strong> não consegue aplacar as reclamações da população5 .<br />

Em suma, a estatização <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> falhas regulatórias <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> problemas<br />

institucionais que não apresentam solução <strong>para</strong> a questão da oferta <strong>de</strong> serviços<br />

por meio <strong>do</strong>s investimentos priva<strong>do</strong>s.<br />

O Brasil vive hoje um momento em que seu sistema político e a regulação <strong>de</strong><br />

telecomunicações não conseguem fornecer garantias aos investi<strong>do</strong>res no segmento<br />

<strong>de</strong> backhaul e na banda larga como um to<strong>do</strong>? Embora haja no Brasil<br />

tanto <strong>de</strong>ficiências institucionais quanto questões regulatórias e <strong>de</strong> política pública<br />

<strong>de</strong> telecomunicações extremamente can<strong>de</strong>ntes, não há nenhum gran<strong>de</strong><br />

colapso <strong>de</strong> confiança <strong>do</strong>s investi<strong>do</strong>res no setor <strong>de</strong> telecomunicações. Há proble-<br />

5 Para uma análise essencial das diferentes respostas que governos po<strong>de</strong>m dar ao problemas <strong>do</strong>s serviços<br />

<strong>de</strong> telecomunicações, dadas as diferentes bagagens institucionais <strong>do</strong>s países, ver Brian Levy e Pablo Spiller,<br />

“The Institutional Foundations of Regulatory Commitment: A Com<strong>para</strong>tive Analysis of Telecommunications<br />

Regulation” (Journal of Law, Economics & Organization, v. 10, n. 2, outubro <strong>de</strong> 2004, p. 201-246.<br />

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Ricar<strong>do</strong> Tavares | 3 | CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

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