Alternativas de Políticas Públicas para a Banda Larga - Portal do ...
Alternativas de Políticas Públicas para a Banda Larga - Portal do ...
Alternativas de Políticas Públicas para a Banda Larga - Portal do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Vilson Vedana | 4 | Participações Adicionais<br />
258<br />
Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Altos Estu<strong>do</strong>s 6<br />
<strong>Alternativas</strong> <strong>de</strong> <strong>Políticas</strong><br />
<strong>para</strong> a <strong>Banda</strong> <strong>Larga</strong><br />
Para um país como o Brasil, a universalização da banda larga envolve <strong>de</strong>safios que<br />
não foram supera<strong>do</strong>s na universalização <strong>do</strong> telefone fixo. Legalmente, nos termos<br />
da Lei Geral <strong>de</strong> Telecomunicações – LGT (Lei nº 9.472, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1997)<br />
“universalização” diz respeito apenas à telefonia fixa, único serviço presta<strong>do</strong> em<br />
regime público. Mas aqui falamos em “universalização” da banda larga no senti<strong>do</strong><br />
léxico, significan<strong>do</strong> fazer com que ela esteja disponível <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s.<br />
Para universalizar a banda larga não é necessário transformá-la em um serviço<br />
presta<strong>do</strong> em regime público, com to<strong>do</strong>s os inconvenientes que isto acarreta,<br />
como estabelecer uma tarifa, que só sobe to<strong>do</strong>s os anos <strong>de</strong> forma idêntica à telefonia<br />
fixa, além <strong>de</strong> implicar que a União assuma compromisso com o equilíbrio<br />
econômico e financeiro da concessionária e com a continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço. Enten<strong>de</strong>mos<br />
que é possivel, estimulan<strong>do</strong> a concorrência nos serviços e <strong>de</strong>finin<strong>do</strong><br />
estímulos e subsídios, aten<strong>de</strong>r a toda população com um serviço presta<strong>do</strong> em<br />
regime priva<strong>do</strong>.<br />
Anote-se que, mesmo na telefonia fixa, a universalização não ocorreu, já passa<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong>ze anos da LGT. Nem vai ocorrer, com a linha fixa das concessionárias<br />
custan<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 45,00 por mês, só <strong>para</strong> ter o telefone instala<strong>do</strong> e usar alguns<br />
minutos por dia. Na verda<strong>de</strong>, o que ocorreu foi a universalização da oferta, o que<br />
não foi pouco, mas não a universalização <strong>do</strong> acesso, isto é, o uso efetivo por parte<br />
da população.<br />
O fator limitante é a renda <strong>do</strong>s brasileiros. De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s da última<br />
PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra <strong>de</strong> Domicílios, com da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> setembro<br />
<strong>de</strong> 2008, 50% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios brasileiros tem renda média mensal <strong>de</strong> até<br />
R$1.062,00. Com esta renda, não dá mesmo <strong>para</strong> pensar em telefone fixo na tarifa<br />
praticada. Só em telefone móvel pré-pago <strong>para</strong> receber ligações. Ligar, só em<br />
caso <strong>de</strong> urgência.<br />
Mas a Internet faz pelas pessoas muito mais que o telefone fixo e, por este motivo,<br />
a socieda<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> simplesmente aceitar a exclusão como natural. É preciso<br />
criar condições <strong>para</strong> que to<strong>do</strong>s tenham banda larga a partir <strong>de</strong> suas residências,<br />
seja estabelecen<strong>do</strong> políticas que baixem os preços, seja fornecen<strong>do</strong> banda larga<br />
gratuita <strong>para</strong> quem não pu<strong>de</strong>r pagar. É preciso que a banda larga seja consi<strong>de</strong>rada