Alternativas de Políticas Públicas para a Banda Larga - Portal do ...
Alternativas de Políticas Públicas para a Banda Larga - Portal do ...
Alternativas de Políticas Públicas para a Banda Larga - Portal do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Altos Estu<strong>do</strong>s 6<br />
<strong>Alternativas</strong> <strong>de</strong> <strong>Políticas</strong> <strong>Públicas</strong><br />
<strong>para</strong> a <strong>Banda</strong> <strong>Larga</strong><br />
velocida<strong>de</strong> <strong>para</strong> poucos, já que mais da meta<strong>de</strong> das conexões está na faixa <strong>do</strong>s 512<br />
kbps. Estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> pela Cisco que analisa a qualida<strong>de</strong> da banda larga em 42<br />
países mostra que no Japão foram necessários 11 minutos <strong>para</strong> baixar um filme<br />
em qualida<strong>de</strong> DVD. A operação precisou <strong>de</strong> 22 minutos na Suécia, 28 na Coreia e<br />
38 minutos nos EUA. No Brasil foram necessários 3h10 minutos, ganhan<strong>do</strong> apenas<br />
da Índia, o que precisou 6h10 minutos <strong>para</strong> realizar a mesma operação.<br />
O merca<strong>do</strong> não vai universalizar a banda larga e é preciso que o Esta<strong>do</strong> intervenha<br />
nesse processo. O Brasil carece <strong>de</strong> infraestrutura <strong>de</strong> telecomunicações em<br />
to<strong>do</strong>s os níveis e regiões. Atualmente, o backhaul é uma das infraestruturas mais<br />
estratégicas <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> país porque possibilita a proliferação das<br />
re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> última milha, os acessos aos usuários finais. Entretanto, a ausência <strong>de</strong>sta<br />
infraestrutura que é mais escassa, e a mais cara, retarda o crescimento, especialmente<br />
nas regiões remotas <strong>do</strong> território nacional. Como o governo brasileiro vai<br />
cumprir seu compromisso social com os trabalha<strong>do</strong>res e garantir a aposenta<strong>do</strong>ria<br />
em até 30 minutos se os nossos sistemas atuais não têm conexão à Internet?<br />
Em função <strong>de</strong>ssas lacunas, o governo brasileiro quer assumir um papel que hoje<br />
não é presta<strong>do</strong> por nenhuma opera<strong>do</strong>ra: otimizar os recursos <strong>de</strong> infraestrutura <strong>de</strong><br />
re<strong>de</strong> e a implementação <strong>de</strong> políticas e programas <strong>de</strong> governo em vários segmentos,<br />
notadamente na área <strong>de</strong> educação, saú<strong>de</strong>, segurança, conectan<strong>do</strong> milhares <strong>de</strong><br />
escolas, hospitais, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>legacias <strong>de</strong> polícia, entre inúmeros outros<br />
exemplos. Essa é a infraestrutura <strong>do</strong> futuro porque sem ela o País não terá espaço<br />
no comércio internacional. Os concorrentes <strong>de</strong> qualquer negócio, mesmo <strong>de</strong> pequenos<br />
empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res, não estão mais no bairro ao la<strong>do</strong>, mas a <strong>do</strong>is cliques <strong>de</strong><br />
distância. Sem uma infraestrutura <strong>de</strong> banda larga boa, o compra<strong>do</strong>r per<strong>de</strong> a paciência<br />
e vai ao sítio <strong>de</strong> comércio eletrônico que dispõe <strong>de</strong> acesso rápi<strong>do</strong>, que po<strong>de</strong><br />
estar em qualquer lugar <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e ven<strong>de</strong>n<strong>do</strong> em qualquer idioma. O comércio<br />
eletrônico é também um jeito mais fácil <strong>de</strong> exportar empregos e divisas.<br />
Temos a banda larga mais cara <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e ainda insuficiente porque só existe<br />
nos gran<strong>de</strong>s centros e zonas ricas <strong>do</strong> País. O governo brasileiro não vai disputar<br />
merca<strong>do</strong> nos bairros mais ricos das gran<strong>de</strong>s capitais brasileiras porque lá há<br />
muitos prove<strong>do</strong>res com essa finalida<strong>de</strong>. Mas po<strong>de</strong>mos prestar serviços <strong>de</strong> governo<br />
eletrônico mais eficientes <strong>para</strong> o interior esqueci<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil, bem como possibilitar<br />
o acesso à educação a distância e os avanços tecnológicos em diversas<br />
235<br />
Rogério Santanna <strong>do</strong>s Santos | 3 | CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS