Alternativas de Políticas Públicas para a Banda Larga - Portal do ...
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Ricar<strong>do</strong> Tavares | 3 | CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS<br />
198<br />
Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Altos Estu<strong>do</strong>s 6<br />
<strong>Alternativas</strong> <strong>de</strong> <strong>Políticas</strong> <strong>Públicas</strong><br />
<strong>para</strong> a <strong>Banda</strong> <strong>Larga</strong><br />
mas, sim, mas esses problemas não representam um <strong>de</strong>safio capaz <strong>de</strong> estancar<br />
os investimentos.<br />
Portanto, proce<strong>de</strong> o argumento <strong>de</strong> que a intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> enquanto produtor<br />
e prove<strong>do</strong>r direto <strong>de</strong> serviços é indispensável? Creio que não.<br />
Mas isto nos leva <strong>de</strong> volta à questão central <strong>de</strong>ste artigo: se <strong>de</strong>finirmos a expansão<br />
da banda larga como o aspecto central da política e da regulação <strong>de</strong> telecomunicações<br />
no Brasil, como <strong>de</strong>veríamos repensar os mais diversos aspectos da política<br />
e da regulação?<br />
6. Uma agenda positiva<br />
A resposta parece ser a construção <strong>de</strong> uma agenda positiva por meio <strong>de</strong> um amplo<br />
<strong>de</strong>bate que nos leve a <strong>de</strong>finir as ações centrais que o Esta<strong>do</strong> po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />
a fim <strong>de</strong> melhorar a atração <strong>do</strong>s investimentos em banda larga, tanto em backhaul<br />
quanto em acesso direto aos usuários.<br />
Um ponto central é mudar a estrutura <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> backhaul, favorecen<strong>do</strong> a<br />
entrada competitiva neste setor, provavelmente por meio <strong>do</strong> encorajamento à coor<strong>de</strong>nação<br />
<strong>de</strong> atores priva<strong>do</strong>s que são entrantes na “última milha” da banda larga.<br />
O governo po<strong>de</strong> ser um acionista <strong>de</strong>sse empreendimento, porque possui suas<br />
próprias re<strong>de</strong>s que servem a diversos órgãos governamentais, mas seria um retrocesso<br />
se esta infraestrutura fosse utilizada <strong>para</strong> criar um entrante estatal neste<br />
setor que é <strong>de</strong> capital intensivo e que tem atraí<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s investimentos priva<strong>do</strong>s<br />
no Brasil. O governo po<strong>de</strong> ser facilita<strong>do</strong>r e po<strong>de</strong> ser acionista, mas ter o governo<br />
como acionista controla<strong>do</strong>r traria <strong>de</strong> volta os problemas <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> estatais <strong>de</strong><br />
telecomunicações que tivemos no passa<strong>do</strong>, que provocaram gran<strong>de</strong> ineficiência<br />
<strong>de</strong> serviços e levaram a uma ampla privatização da prestação <strong>de</strong> serviços, com<br />
enormes beneficios aos consumi<strong>do</strong>res e à economia brasileira.<br />
O aspecto regulatório também precisa ser ataca<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> reduzir os custos<br />
regulatórios <strong>de</strong> investimentos em banda larga. O custo <strong>do</strong> espectro radioelétrico,<br />
por exemplo, po<strong>de</strong> refletir o <strong>de</strong>sejo da política pública <strong>de</strong> acelerar o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da banda larga. Esta discussão, por exemplo, <strong>de</strong>ve envolver o próprio<br />
Tribunal <strong>de</strong> Contas da União (TCU), que zela pela transparência na precificação