O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
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As organizações, fazendo uso <strong>de</strong> múltiplos mecanismos tais como a gestão do<br />
afetivo, enfatizam <strong>de</strong> maneira continuada a necessida<strong>de</strong> <strong>em</strong> se ter <strong>em</strong>pregados talentosos,<br />
l<strong>ea</strong>is e comprometidos com os objetivos e com o crescimento da <strong>em</strong>presa. Igualmente, o<br />
discurso da comunida<strong>de</strong> se confun<strong>de</strong> com o do comprometimento, pois procuram-se<br />
indivíduos que estejam comprometidos com a organização e que sejam capazes <strong>de</strong> fazer<br />
parte <strong>de</strong> um “clube”, <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>, a qual fortalece os laços afetivos entre os<br />
indivíduos que a compõ<strong>em</strong>. Para tanto, as gran<strong>de</strong>s <strong>em</strong>presas faz<strong>em</strong> uso <strong>de</strong> mecanismos como<br />
a fascinação, a sedução e a servidão voluntária: o indivíduo acredita que, participando da<br />
comunida<strong>de</strong> formada pelos m<strong>em</strong>bros da <strong>em</strong>presa, especialmente dos <strong>de</strong>tentores do po<strong>de</strong>r, do<br />
sucesso, ele po<strong>de</strong>rá ser enfim reconhecido e atingir o seu id<strong>ea</strong>l <strong>de</strong> ego. Da mesma forma que<br />
outras categorias <strong>de</strong> análise, o comprometimento e a formação da comunida<strong>de</strong> na <strong>em</strong>presa é<br />
trabalhado <strong>de</strong> maneira não somente explícita, mas com mecanismos ocultos no discurso, que<br />
cada vez mais i<strong>de</strong>ológico, faz com que o indivíduo <strong>de</strong>senvolva a percepção da <strong>em</strong>presa, não<br />
apenas como um local <strong>de</strong> trabalho, <strong>em</strong> que ele é r<strong>em</strong>unerado para alguma ativida<strong>de</strong>, mas<br />
como uma instituição sagrada merecedora <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>dicação, seu <strong>em</strong>penho e qualquer outra<br />
renúncia que, porventura, seja necessária.<br />
A terceira categoria conceitual do discurso diz respeito aos modismos gerenciais que<br />
se reproduz<strong>em</strong> cotidianamente no ambiente organizacional. Os inúmeros mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão<br />
que surg<strong>em</strong> e se modificam, dia após dia, no ambiente organizacional, só pod<strong>em</strong> ser<br />
impl<strong>em</strong>entados se os indivíduos se adaptam ou “são afastados” à nova maneira <strong>de</strong> se<br />
trabalhar. A <strong>em</strong>presa <strong>de</strong>senvolve um discurso que insira os indivíduos no novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
gestão proposta. Na verda<strong>de</strong>, ela fará uso <strong>de</strong> quaisquer modismos que possam levá-la a<br />
resultados significativos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> como a universida<strong>de</strong> corporativa até os treinamentos<br />
heterodoxos no meio da selva: todo modismo que lhe dê alguma espécie <strong>de</strong> ganho, <strong>de</strong><br />
aumento da produtivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ser<br />
impl<strong>em</strong>entado. E na ânsia por fórmulas mais ou menos fantásticas, surg<strong>em</strong> inúmeros gurus,<br />
amplamente referenciados e divulgados pela mídia, não somente a especializada <strong>em</strong><br />
negócios, que se concentram cada vez mais no indivíduo, transformando-se <strong>em</strong> propagadores<br />
da auto-ajuda aplicada no ambiente <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão que nada traz<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />
novo, mas que exig<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre mais do indivíduo e também da <strong>em</strong>presa.<br />
A quarta categoria conceitual do discurso refere-se à participação dos funcionários,<br />
tanto nos processos <strong>de</strong>cisórios quanto nos lucros da <strong>em</strong>presa. Trata-se <strong>de</strong> t<strong>em</strong>as que apesar<br />
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