O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
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Segundo CASTELLS (2001), a partir da era informacional, percebe-se também a<br />
mo<strong>de</strong>rnização da gestão organizacional, amplamente influenciada pelo mo<strong>de</strong>lo japonêstoyotismo,<br />
que conta com alguns princípios que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> adaptados às especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
cada país com sua cultura singular, reproduz, <strong>de</strong> acordo com <strong>em</strong> Antunes (2002), uma<br />
mensag<strong>em</strong> comum: produção mais vinculada à d<strong>em</strong>anda aten<strong>de</strong>ndo necessida<strong>de</strong>s<br />
individualizadas, trabalho <strong>em</strong> equipe, flexibilida<strong>de</strong> do processo produtivo, utilização do<br />
princípio just in time e do sist<strong>em</strong>a Kanban, horizontalização do processo produtivo,<br />
inclusive com a terceirização <strong>de</strong> parte consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong>ste, e organização <strong>de</strong> círculos <strong>de</strong><br />
controle da qualida<strong>de</strong>. Antunes ainda enfatiza a intensificação da exploração do trabalho a<br />
partir da intensificação do ritmo produtivo <strong>de</strong>senhado no mo<strong>de</strong>lo do toyotismo 3 . Mudam-se<br />
<strong>em</strong> relação ao taylorismo/fordismo apenas os termos estratégicos da r<strong>ea</strong>lização do processo<br />
propriamente dito.<br />
Recorre-se ao downsizing, a trabalhos terceirizados, a subcontratados e a <strong>em</strong>pregados<br />
com regime part-time <strong>de</strong> trabalho, à qualida<strong>de</strong> total e a tantas outras ferramentas que<br />
possam aumentar a rentabilida<strong>de</strong> da organização e que acabam também, por outro lado, por<br />
levar ao <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego e à <strong>de</strong>sregulamentação do trabalho. ANTUNES (2002, p.78) cita<br />
ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas que creditam seu sucesso e crescimento a alguns princípios<br />
fundamentais como “a transferência da responsabilida<strong>de</strong> para o próprio trabalhador,<br />
individualmente; como os trabalhadores <strong>de</strong>têm conhecimentos, estes <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />
incorporados ao processo produtivo e ao ambiente da <strong>em</strong>presa; os trabalhadores tornam-se<br />
muito mais produtivos quando faz<strong>em</strong> parte do t<strong>ea</strong>m work”. T<strong>em</strong>os, portanto, nesses<br />
princípios básicos – a flexibilida<strong>de</strong>, o controle da qualida<strong>de</strong> e o trabalho <strong>em</strong> equipe - os<br />
fundamentos <strong>de</strong> todo o redirecionamento organizacional dado pelas <strong>em</strong>presas.<br />
ANTUNES (2000) coloca ainda que a flexibilida<strong>de</strong> vai além da linha produtiva, ela<br />
perpassa todo o corpo funcional que t<strong>em</strong> seus direitos trabalhistas flexibilizados <strong>de</strong> acordo<br />
com as necessida<strong>de</strong>s da <strong>em</strong>presa. Funcionários são d<strong>em</strong>itidos e os que ficam estão sujeitos<br />
3<br />
Po<strong>de</strong>-se dizer, no que se refere ao toyotismo, que “sua produção é muito vinculada à d<strong>em</strong>anda; ela é<br />
variada e bastante heterogên<strong>ea</strong>, fundamenta-se no trabalho operário <strong>em</strong> equipe, com multivarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
funções e t<strong>em</strong> como princípio o just in time”.(Antunes, 2002:182). O autor coloca ainda alguns discursos da<br />
qualida<strong>de</strong>, como os círculos <strong>de</strong> controle da qualida<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rados como a apropriação do saber-fazer do<br />
trabalho pelo capital; a manipulação existente no processo <strong>de</strong> “interiorização do trabalho; do envolvimento<br />
dos trabalhadores”.<br />
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