O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
(1998, p.19), a i<strong>de</strong>ologia “po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada <strong>em</strong> Marx e Engels com a separação que se<br />
faz entre a produção das idéias e as condições sócio-históricas <strong>em</strong> que são produzidas”.<br />
Mannheim, analisado por THOMPSON (1990), foi um dos autores que mais<br />
contribui para o <strong>de</strong>senvolvimento dos estudos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia. Ele se distancia da concepção<br />
particular <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia, que privilegia a crítica exasperada, o açoitamento, por assim dizer,<br />
das idéias <strong>de</strong> nossos inimigos. A análise i<strong>de</strong>ológica, para Mannheim, <strong>de</strong>ve ser um método<br />
<strong>de</strong> pesquisa. Este método chamado <strong>de</strong> sociologia do conhecimento surge como uma<br />
concepção total do termo i<strong>de</strong>ologia, <strong>em</strong> que se busca enten<strong>de</strong>r modos <strong>de</strong> pensamento.<br />
Segundo THOMPSON (1990, p.66),<br />
“o objetivo da sociologia do conhecimento não é <strong>de</strong> <strong>de</strong>nunciar e criticar o<br />
pensamento do adversário <strong>de</strong> alguém; ao contrário, é analisar todos os fatores<br />
sociais que influenciam o pensamento, incluindo o próprio, e com isso<br />
garantir aos homens mo<strong>de</strong>rnos uma nova visão <strong>de</strong> todo o processo histórico”.<br />
THOMPSON (1990) <strong>de</strong>senvolve uma análise <strong>de</strong>sta, consi<strong>de</strong>rando-a como uma<br />
abordag<strong>em</strong> crítica, <strong>em</strong> que as formas simbólicas se entrelaçam com as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. O<br />
autor faz uma análise concreta dos fenômenos sócio-históricos ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que<br />
combate a neutralização do conceito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia. O autor busca enten<strong>de</strong>r como as formas<br />
simbólicas, inclusive a linguag<strong>em</strong>, mantêm e reproduz<strong>em</strong> as relações <strong>de</strong> dominação. Nesse<br />
sentido, os fenômenos simbólicos, vistos no contexto sócio-histórico pod<strong>em</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rados i<strong>de</strong>ológicos. THOMPSON (1990, p.79) propõe, ainda, conceituar i<strong>de</strong>ologia,<br />
conceituação central nos nossos trabalhos, como:<br />
“maneiras como o sentido, mobilizado pelas formas simbólicas, serve para<br />
estabelecer e sustentar relações <strong>de</strong> dominação: estabelecer, querendo<br />
significar que o sentido po<strong>de</strong> criar ativamente e instituir relações <strong>de</strong><br />
dominação; sustentar, querendo significar que o sentido po<strong>de</strong> servir para<br />
manter e reproduzir relações <strong>de</strong> dominação através <strong>de</strong> um contínuo processo<br />
<strong>de</strong> produção e recepção <strong>de</strong> formas simbólicas”.<br />
Portanto, a i<strong>de</strong>ologia po<strong>de</strong> ser abordada como um instrumento <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r nas mãos<br />
da classe dominante. Acredita-se, enfim, que analisar o discurso <strong>de</strong> outr<strong>em</strong>, s<strong>em</strong> levá-la <strong>em</strong><br />
95