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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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uma base criativa e que faça com que o indivíduo tenha liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento, <strong>de</strong> palavra e<br />

<strong>de</strong> ação.<br />

Por outro lado, nas organizações, vivenciamos a <strong>de</strong>finição e a construção diária dos<br />

limites que nos são impostos, b<strong>em</strong> como os controles que são r<strong>ea</strong>lizados <strong>em</strong> toda a<br />

organização. Limites, normas e padrões <strong>de</strong> conduta são rigorosamente construídos <strong>de</strong> modo a<br />

dotar a organização <strong>de</strong> meios, <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da uniformida<strong>de</strong> e<br />

previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comportamento que ela <strong>de</strong>seja para seus m<strong>em</strong>bros, buscando s<strong>em</strong>pre a<br />

a<strong>de</strong>quação do indivíduo ao cargo e o alcance dos objetivos organizacionais. Surge daí, o<br />

império da ord<strong>em</strong> e da hierarquia, e que po<strong>de</strong> muitas vezes representar numa completa<br />

anulação e alienação do indivíduo, inclusive com o seu aval, consciente ou inconsciente. Pois<br />

é objetivo da organização, a formalização máxima, isto é, a tentativa constante <strong>de</strong> lutar contra<br />

a surpresa, daí a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma estrutura organizacional e <strong>de</strong> se <strong>de</strong>finir formalmente<br />

como as pessoas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> se relacionar <strong>em</strong> seu interior.<br />

Dev<strong>em</strong>os questionar, entretanto, não a existência <strong>de</strong> controles ou <strong>de</strong> estrutura<br />

organizacional, mas sim, o modo como a <strong>em</strong>presa utiliza <strong>de</strong>sses mecanismos, que, <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>terminadas situações, acabam por pren<strong>de</strong>r a criativida<strong>de</strong> e a singularida<strong>de</strong> do indivíduo. LE<br />

GOFF (1995) argumenta que as ár<strong>ea</strong>s <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> recursos humanos tornam-se<br />

fortes agentes para o <strong>de</strong>senvolvimento do processo <strong>de</strong> homogeneização dos indivíduos, os<br />

quais <strong>de</strong>veriam ser dinâmicos, competentes e inovadores. Mas “tudo que se revela<br />

espontâneo, não previsto, do âmbito das paixões, do movimento social é então sentido como<br />

probl<strong>em</strong>a, impedindo o trabalho b<strong>em</strong> feito, as responsabilida<strong>de</strong>s e a distribuição <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r”<br />

(ENRIQUEZ, 1997, p.23, tradução nossa).<br />

Assim, formalização do comportamento e a padronização do trabalho fortalec<strong>em</strong>-se<br />

enquanto mecanismos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação dos trabalhos a ser<strong>em</strong> r<strong>ea</strong>lizados, sendo que o po<strong>de</strong>r é<br />

exercido não apenas diretamente, mas por um conjunto <strong>de</strong> regras, princípios e convicções que<br />

vão <strong>de</strong>finir e construir a r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong> do indivíduo na organização, e até mesmo <strong>em</strong> sua vida<br />

particular, como já foi dito, que está cada vez menos indissociada da vida profissional. De<br />

acordo com PAGÈS (1987, p.51), “é por meio indireto da elaboração <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> regras<br />

dinâmicas que a centralida<strong>de</strong> da organização é mantida e <strong>de</strong>ssa forma o po<strong>de</strong>r da direção<br />

central. Esta <strong>de</strong>fine assim as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> funcionamento do conjunto e é <strong>em</strong> referência a<br />

seus princípios <strong>de</strong> base que as <strong>de</strong>cisões são tomadas”. E além da cúpula estratégica, a<br />

tecnoestrutura com seus especialistas e peritos exerc<strong>em</strong> um po<strong>de</strong>r continuado na <strong>em</strong>presa,<br />

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