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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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etirado da seguinte citação: “Des<strong>de</strong> sua fundação, a Cosmoquímica t<strong>em</strong> investido na ár<strong>ea</strong> <strong>de</strong><br />

recursos humanos. A <strong>em</strong>presa conce<strong>de</strong> cesta básica há quinze anos”. Ora, no nosso enten<strong>de</strong>r é<br />

extr<strong>em</strong>amente contraditório haver um discurso (pseudo) mo<strong>de</strong>rnizador <strong>de</strong> um lado, e, <strong>de</strong><br />

outro, consi<strong>de</strong>rar a cesta básica como resultado <strong>de</strong>sse processo mo<strong>de</strong>rnizador. Essas ações são<br />

consi<strong>de</strong>radas como sendo um gran<strong>de</strong> feito da organização: “nós somos preocupados com o ser<br />

humano na nossa <strong>em</strong>presa”, diz o texto. O <strong>em</strong>presário, Marmelsztejn, enfatiza “a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> envolvimento dos funcionários”, consi<strong>de</strong>rando que “as pessoas trabalham melhor se<br />

sent<strong>em</strong> livres e participantes”. Assim, o <strong>em</strong>presário não aborda, nenhuma forma <strong>de</strong> controle<br />

que seguramente existe na <strong>em</strong>presa e que seria o contrário do que apresenta o discurso da<br />

organização.<br />

Um outro artigo da Exame que aborda a gestão participativa intitula-se: “Executivo<br />

também leva bomba” (CASTANHEIRA, Exame, 03/10/90, p.74-76). Encontramos, nele, a<br />

mesma lógica <strong>de</strong> outros já analisados: a gestão participativa é, ali, compreendida <strong>de</strong> maneira<br />

limitada e voltada fundamentalmente ao aspecto financeiro. De acordo com o executivo da<br />

<strong>em</strong>presa Abaeté, Pereira, “com a distribuição <strong>de</strong> lucros, conseguimos motivar os gerentes e os<br />

chefes e comprometê-los com os resultados da <strong>em</strong>presa”. Como se vê, a motivação<br />

novamente é abordada exclusivamente a partir da r<strong>em</strong>uneração. Entretanto, exist<strong>em</strong> também<br />

os s<strong>em</strong>inários sobre gestão participativa, por meio dos quais se crê modificar o<br />

comportamento <strong>de</strong> seus executivos, visando um estilo mais participativo e uma visão <strong>de</strong><br />

conjunto. Mudar, nesse domínio, envolve a compreensão dos valores da organização, sua<br />

história, o perfil <strong>de</strong> cada gerente, os símbolos e rituais existentes. Enfim, a <strong>em</strong>presa <strong>de</strong>ve<br />

enten<strong>de</strong>r sua própria cultura e <strong>de</strong>senvolver algum processo, a longo prazo, <strong>de</strong> mudança<br />

organizacional que venha a modificar <strong>de</strong> maneira aprofundada as relações <strong>de</strong> trabalho na<br />

<strong>em</strong>presa.<br />

Como se po<strong>de</strong> notar por alguns dos artigos anteriores, a gestão participativa tornou-se<br />

um t<strong>em</strong>a constante na revista Exame na década <strong>de</strong> 1990. No artigo “O operário t<strong>em</strong> voz no<br />

sertão” (FURTADO, Exame, 08/08/90, p. 50) lê-se que a mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

<strong>em</strong>presa <strong>de</strong> fumo, Coringa, passa obrigatoriamente pela gestão participativa. E a gestão da<br />

<strong>em</strong>presa enfocada t<strong>em</strong> obtido resultados “extraordinários”. O aumento do diálogo da <strong>em</strong>presa<br />

com seus funcionários, como nos coloca a organização trouxe gran<strong>de</strong>s mudanças para o<br />

<strong>em</strong>pregado: assistência médica e odontológica, clube <strong>de</strong> lazer e gratificações, ao menos é o<br />

que está apresentado no artigo. Como se percebe, o mesmo teor assistencial da gestão<br />

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