O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
arte é o que escapa à uniformização consi<strong>de</strong>rando que ela <strong>de</strong>ve compor, também, o perfil <strong>de</strong><br />
executivo <strong>de</strong>sejado pela <strong>em</strong>presa, é no mínimo incongruente o discurso <strong>de</strong> uniformização dos<br />
perfis dos executivos da <strong>em</strong>presa. Para uniformizar o comportamento dos indivíduos o<br />
treinamento é fundamental. A idéia é “moldar” os indivíduos <strong>de</strong> acordo com os <strong>de</strong>sejos da<br />
organização, s<strong>em</strong> a preocupação com a sua criativida<strong>de</strong>, com o seu <strong>em</strong>penho pela inovação ou<br />
com a sua diversida<strong>de</strong>. Sab<strong>em</strong>os, enfim, que organizações criam uma fôrma e colocam nela<br />
seus executivos, os que mais respeitaram os mol<strong>de</strong>s permanec<strong>em</strong> na <strong>em</strong>presa, enquanto<br />
aqueles que se mostraram <strong>em</strong> <strong>de</strong>sacordo com o que havia sido <strong>de</strong>terminado pela <strong>em</strong>presa,<br />
acabam por ser, na maior parte dos casos, isolados e <strong>de</strong>sligados da <strong>em</strong>presa.<br />
Outra das principais características que as <strong>em</strong>presas apreciam seus gerentes é a<br />
habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança. L<strong>em</strong>os no artigo “Tire seu diploma <strong>em</strong> li<strong>de</strong>rança” (THOMAS,<br />
Exame, 04/12/19, p. 140-142), que “os lí<strong>de</strong>res efetivos sab<strong>em</strong> confiar e inspirar confiança”;<br />
ou seja, que o executivo id<strong>ea</strong>l é aquele capaz <strong>de</strong> seduzir eficazmente seus subalternos e li<strong>de</strong>rar<br />
a formação <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>em</strong>pregados envolvidos com os valores e objetivos da<br />
organização. Da mesma forma, o lí<strong>de</strong>r é visto pelo autor como alguém contestador: – “eles<br />
questionam continuamente as normas e os pressupostos, visando acabar com as restrições<br />
<strong>de</strong>snecessárias e irr<strong>ea</strong>is impostas às pessoas e às organizações que li<strong>de</strong>ram”. Há algo <strong>de</strong><br />
estranho aqui, tendo-se <strong>em</strong> vista o fato <strong>de</strong> o lí<strong>de</strong>r não po<strong>de</strong>r ser, <strong>de</strong> modo algum, um<br />
contestador, um transgressor das regras impostas pela <strong>em</strong>presa, já que a organização busca<br />
constant<strong>em</strong>ente manter e reproduzir seus valores. Como já diss<strong>em</strong>os, a organização bas<strong>ea</strong>ndose<br />
na pulsão <strong>de</strong> morte, vai s<strong>em</strong>pre viver a contradição <strong>de</strong> querer a manutenção e a repetição e<br />
ao mesmo t<strong>em</strong>po se <strong>em</strong>brenhar na busca da inovação e da criativida<strong>de</strong>. O lí<strong>de</strong>r trabalha na<br />
manutenção da cultura organizacional, <strong>de</strong>vendo inspirar ou seduzir as pessoas para que elas<br />
estejam engajadas <strong>de</strong> corpo, pensamento e psiquismo no alcance dos objetivos<br />
organizacionais. E o lí<strong>de</strong>r po<strong>de</strong> ser um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que se encarna na sua figura, seja<br />
<strong>em</strong>basado na perversão, seja na megalomania, ou na paranóia. A sedução e a fascinação<br />
tornam-se então, mecanismos úteis, fazendo com que os subordinados obe<strong>de</strong>çam seus<br />
superiores, s<strong>em</strong> questionamento.<br />
As <strong>em</strong>presas também esperam que seus executivos sejam competitivos e, ao mesmo<br />
t<strong>em</strong>po, cooperativos e éticos, d<strong>em</strong>andas a princípio contraditórias, e que pressupõe do<br />
executivo um equilíbrio acima do normal, para manter sua honestida<strong>de</strong>, sua saú<strong>de</strong>, sua<br />
eficiência, seus resultados e sua carreira. PAGÈS (1987, p.80) coloca que “valores<br />
125