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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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E se a crise <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é uma das características do mundo cont<strong>em</strong>porâneo, a<br />

<strong>em</strong>presa se utiliza <strong>de</strong>sta crise para conquistar o indivíduo. De acordo com FREITAS (2000),<br />

com a falta <strong>de</strong> referências, como as culturais, mais o indivíduo necessita <strong>de</strong> alguém que<br />

possa ajuda-lo a achar o caminho, que lhe possibilite ter uma razão para viver. Percebe-se,<br />

nos dias <strong>de</strong> hoje, uma re<strong>de</strong>finição das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s pessoais e o fortalecimento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

coletivas, o que leva, <strong>de</strong> acordo com ENRIQUEZ (1994, p.30), à recusa do “fato <strong>de</strong> que<br />

somos o produto <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificações múltiplas, <strong>de</strong> que pod<strong>em</strong>os ter marcos i<strong>de</strong>ntificatórios<br />

mutáveis ao longo <strong>de</strong> nossa vida”. Ainda segundo o autor, “o ato <strong>de</strong> formular e <strong>de</strong> assumir<br />

uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> coletiva maciça e dominante, constitui o primeiro passo para a renúncia<br />

<strong>de</strong>finitiva à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> r<strong>ea</strong>l”.<br />

E presentes no imaginário organizacional, o culto da excelência e a comunida<strong>de</strong><br />

organizacional exerc<strong>em</strong> um papel importante no <strong>de</strong>senvolvimento da cultura da <strong>em</strong>presa,<br />

transformando o indivíduo num agente <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> para<br />

as organizações. As organizações buscam <strong>de</strong>senvolver equipes que possam jogar unidas, e <strong>de</strong><br />

forma coesa (mas também competitiva, ela incentiva tal atitu<strong>de</strong>) no sentido <strong>de</strong> alcançar os<br />

objetivos organizacionais; pregam também, o discurso da cooperação e da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

agir <strong>em</strong> conjunto, fraternalmente para o sucesso <strong>de</strong> todos. E é cada vez mais comum, nas<br />

gran<strong>de</strong>s <strong>em</strong>presas, observar a “difusão do sentimento <strong>de</strong> afiliação do <strong>em</strong>pregado à <strong>em</strong>presa,<br />

fazendo transparecer que os objetivos individuais são iguais ou s<strong>em</strong>elhantes aos objetivos da<br />

<strong>em</strong>presa, procurando o consenso e a coesão dos esforços” (MOTTA, 1992, p.47). No que<br />

concerne o culto da excelência, a organização prega que é possível que todos os <strong>em</strong>pregados<br />

se torn<strong>em</strong> heróis, e elas faz<strong>em</strong> uso da imag<strong>em</strong> dos poucos ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> executivos b<strong>em</strong><br />

sucedidos e <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res carismáticos para mostrar que é possível se chegar lá. A dificulda<strong>de</strong>,<br />

como b<strong>em</strong> nos l<strong>em</strong>bra ENRIQUEZ (1997, p.128, tradução nossa), é <strong>de</strong>vida ao fato <strong>de</strong> que “é<br />

impossível que todo mundo seja vencedor. Em todas as batalhas, exist<strong>em</strong> os ven<strong>de</strong>dores e os<br />

vencidos”. O autor discorre, ainda, sobre o quanto o <strong>em</strong>pregado per<strong>de</strong> nas relações que<br />

mantém com a <strong>em</strong>presa e com a cultura organizacional. De acordo com ENRIQUEZ (1997,<br />

p. 129, tradução nossa),<br />

“po<strong>de</strong>-se agora se ter <strong>em</strong> conta o imaginário da comunida<strong>de</strong> e da excelência<br />

como um imaginário ilusório, <strong>em</strong> que o objetivo é fazer os indivíduos<br />

conformados, respeitando o id<strong>ea</strong>l da organização. Neste jogo, os indivíduos<br />

perd<strong>em</strong> cada vez que pensam que estão ganhando. O único vencedor é a<br />

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