O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
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objeto amado, a ausência <strong>de</strong> crítica, a alienação e a submissão voluntária. Em suma, a<br />
relação hipnótica consiste <strong>em</strong> abandono amoroso.<br />
O fascínio por <strong>de</strong>terminado objeto po<strong>de</strong> ser conquistado, <strong>de</strong> acordo com ENRIQUEZ<br />
(1991), por meio <strong>de</strong> ritos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s com<strong>em</strong>orações, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s festas triunfais. Busca-se,<br />
por meio do discurso a<strong>de</strong>quado, os meios para a obtenção dos objetivos do hipnotizador. Os<br />
hipnotizadores lançam mão do discurso <strong>de</strong> que cada pessoa que os siga po<strong>de</strong> se tornar um<br />
herói, um ser imortal, tornar-se uma pessoa acima das outras, objeto <strong>de</strong> reconhecimento e <strong>de</strong><br />
admiração. O indivíduo, <strong>de</strong> sua parte, vai atrás seja do reconhecimento, intrinsecamente<br />
ligado ao narcisismo, seja da admiração, do ser referência para as outras pessoas. Enfim o<br />
indivíduo é convidado pelo hipnotizador a fazer parte do clube dos raros e a organização, <strong>de</strong><br />
acordo com FREITAS (2000, p.111), constrói para o indivíduo a ilusão mesma do clube dos<br />
raros. Segundo a autora, “ela propõe a fantasia do ser um, traduzida no eu faço parte da<br />
organização e ela faz parte <strong>de</strong> mim, o sucesso <strong>de</strong>la é o meu sucesso e vice-versa”. Portanto,<br />
o narcisismo individual se confun<strong>de</strong> com o organizacional: <strong>de</strong> um lado, está o indivíduo<br />
<strong>de</strong>sejoso <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong> um grupo po<strong>de</strong>roso e que po<strong>de</strong> dar sentido a sua vida; e <strong>de</strong> outro,<br />
a organização surge como sendo o local <strong>de</strong> satisfação do <strong>de</strong>sejo. O indivíduo acredita que,<br />
seguindo todas as orientações do hipnotizador, po<strong>de</strong>rá se tornar um herói, um s<strong>em</strong>i<strong>de</strong>us, e<br />
<strong>de</strong>sta maneira, estará disposto a se per<strong>de</strong>r no objeto <strong>de</strong> fascínio, aguardando o cumprimento<br />
da promessa contida no discurso do hipnotizador. Espera fundir-se ao objeto amado,<br />
fugindo <strong>de</strong> si mesmo <strong>em</strong> direção ao outro, ao do hipnotizador, o lí<strong>de</strong>r carismático que, com<br />
seu perfil megalomaníaco e paranóico, vai envolvê-lo o indivíduo, inclusive, com sua<br />
permissão: “trata-se <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira gestão psíquica do sujeito, na qual todos os<br />
caminhos, <strong>em</strong> última instância, o levam à frustração. Como Narciso, ele está con<strong>de</strong>nado a<br />
um amor impossível. Ele se <strong>de</strong>sdobrará para satisfazer às elevadas expectativas da <strong>em</strong>presa,<br />
que criou um perfil perfeito e impossível <strong>de</strong> se atingido” (FREITAS, 2000, p.114).<br />
Ao lado da fascinação, a sedução é uma outra modalida<strong>de</strong> do controle pelo amor. Mas,<br />
diferent<strong>em</strong>ente daquela, a sedução sai um pouco da vertente do sagrado. Nela, também, não<br />
existe nada fantástico, ou fora do comum: “a sedução resi<strong>de</strong> na aparência: um sorriso<br />
insinuante, palavras escolhidas com precaução, frases agradavelmente balanc<strong>ea</strong>das, uma<br />
certa banalização dos probl<strong>em</strong>as permit<strong>em</strong> ao discurso <strong>de</strong> ser suficient<strong>em</strong>ente agradável”<br />
(ENRIQUEZ, 1991, p.252 tradução nossa). Em termos gerais, o sedutor busca, por meio <strong>de</strong><br />
estratégias b<strong>em</strong> <strong>de</strong>finidas, ser o <strong>de</strong>tentor dos <strong>de</strong>sejos das outras pessoas. FREITAS (2000,<br />
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