16.04.2013 Views

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>ea</strong>lmente humana <strong>de</strong> reduzir o quadro <strong>de</strong> pessoal é não fazer enxugamento nenhum”<br />

(CALDAS, 2000, p.147). Só que, obviamente, as <strong>em</strong>presas não têm essa atitu<strong>de</strong> por<br />

humanismo ou carida<strong>de</strong>, mas por questões estratégicas e <strong>em</strong> benefício próprio.<br />

É justamente com base nessa questão complexa que é a d<strong>em</strong>issão que t<strong>em</strong>os, a seguir,<br />

a análise <strong>de</strong> alguns artigos que permit<strong>em</strong>, por meio <strong>de</strong> experiências r<strong>ea</strong>is, uma visão mais<br />

aprofundada do t<strong>em</strong>a.<br />

Depois <strong>de</strong> se tornar um superexecutivo, admirado, s<strong>em</strong>pre no centro das <strong>de</strong>cisões, o<br />

indivíduo po<strong>de</strong>rá, também, vivenciar o sofrimento ocasionado pela perda <strong>de</strong>ssa posição.<br />

Então, ele estará longe do mundo que criou e que moldou para si. A ruptura com o mundo do<br />

superexecutivo, que po<strong>de</strong> se dar, seja pela aposentadoria, seja pela d<strong>em</strong>issão, o levará à perda<br />

do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, <strong>de</strong> símbolos <strong>de</strong> status tal como do carro com motorista, ou do<br />

reconhecimento <strong>de</strong> seus pares. O po<strong>de</strong>r como l<strong>em</strong>bra Enriquez, (1991) é totalitário e seu<br />

possuidor se nega <strong>de</strong> todas as formas a abrir mão <strong>de</strong>le, buscando s<strong>em</strong>pre a manutenção e a<br />

estabilida<strong>de</strong>. O superexecutivo, no caso, assume vínculos estreitos com a <strong>em</strong>presa, <strong>em</strong> que a<br />

afetivida<strong>de</strong> para com sua posição hierárquica <strong>de</strong>verão ocupar papéis centrais, até o final <strong>de</strong><br />

sua vida. Um ex-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma multinacional <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> d<strong>em</strong>itido ainda continua a referirse<br />

a sua ex-<strong>em</strong>presa como “a minha companhia”. Segundo ele, “é meu coração que me manda<br />

falar assim”. O artigo “O quanto custa cair do monte Everest” (MENDES e BREITINGER,<br />

Exame, 25/11/92, p. 74-78) traz vários efeitos <strong>de</strong>correntes da d<strong>em</strong>issão <strong>de</strong> um superexecutivo,<br />

sendo um <strong>de</strong>les, o sofrimento. De certa maneira, os d<strong>em</strong>itidos não aceitam ser mandados<br />

<strong>em</strong>bora <strong>de</strong> sua própria “casa”, isto é, <strong>de</strong> um local a que <strong>de</strong>dicaram parte consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> suas<br />

vidas, <strong>em</strong> suas jornadas freqüentes <strong>de</strong> 12 horas <strong>de</strong> trabalho. Resistindo <strong>em</strong> não aceitar sua<br />

condição <strong>de</strong> d<strong>em</strong>itido, o indivíduo po<strong>de</strong> começar a <strong>de</strong>senvolver doenças graves, cujos<br />

sintomas seriam a <strong>de</strong>pressão, a insônia, a taquicardia, a impotência sexual; isso s<strong>em</strong> falar nos<br />

vários probl<strong>em</strong>as <strong>em</strong>ocionais e <strong>de</strong> relacionamento, como a perda <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> re<strong>de</strong>fini-la.<br />

Ainda no mesmo artigo, <strong>de</strong> acordo com um psicoterapeuta, Ruy Barboza,<br />

especializado <strong>em</strong> executivos, “os executivos caídos passam por uma séria crise <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

[...] é como se, <strong>de</strong> repente, tivess<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser outra pessoa”. E quanto maior a perda da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal para com a <strong>em</strong>presa, pior é para o indivíduo se reestruturar<br />

<strong>em</strong>ocionalmente; colocando-se <strong>em</strong> situação estressante, que po<strong>de</strong> levá-lo ao <strong>de</strong>sespero. E o<br />

“que leva essas pessoas ao <strong>de</strong>sespero não é o medo <strong>de</strong> ficar s<strong>em</strong> dinheiro ou <strong>de</strong> ter <strong>de</strong> baixar<br />

131

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!