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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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<strong>de</strong>senvolvimento do processo produtivo, mesmo que necessite lançar mão dos mais variados<br />

mecanismos <strong>de</strong> controle. De acordo com ENRIQUEZ (1997), a <strong>em</strong>presa constrói estruturas<br />

organizacionais – estruturas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que vão <strong>de</strong>terminar o conteúdo <strong>de</strong> cada cargo, as normas<br />

<strong>de</strong> conduta, os papéis que cada um <strong>de</strong>ve ocupar. As estruturas organizacionais são<br />

mecanismos que auxiliarão nesse processo, fazendo com que “os indivíduos se torn<strong>em</strong><br />

essencialmente os representantes da organização e se <strong>de</strong>vot<strong>em</strong> a sua gran<strong>de</strong>za e se atrel<strong>em</strong> a<br />

sua tarefa” (ENRIQUEZ,1997, p.19, tradução nossa).<br />

As organizações, na perspectiva <strong>de</strong> alcançar o crescimento constante, vê<strong>em</strong> na<br />

regulação um caminho a<strong>de</strong>quado para equilíbrio social, estabilida<strong>de</strong> e concretização <strong>de</strong> seus<br />

<strong>de</strong>sejos. Assim, vão criar e fazer uso <strong>de</strong> qualquer modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle que possa aumentar<br />

suas chances <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>em</strong> um mercado altamente volátil e competitivo. Para elas,<br />

o indivíduo, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que <strong>de</strong>ve ser flexível para se ajustar às transformações<br />

sócio-econômicas e políticas, <strong>de</strong>ve permanecer atento à uniformida<strong>de</strong> e formalização <strong>de</strong><br />

comportamento que a <strong>em</strong>presa <strong>de</strong>verá exigir <strong>de</strong>le. Ele <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r positivamente aos<br />

estímulos dados pela <strong>em</strong>presa para que “funcione” da maneira mais produtiva e eficaz<br />

possível. Esse tipo <strong>de</strong> comportamento esperado do indivíduo exigirá <strong>de</strong>le uma <strong>de</strong>dicação s<strong>em</strong><br />

fim à <strong>em</strong>presa e à sua cultura. Ele se vê, então, obrigado a ocultar angústias e ansieda<strong>de</strong>s<br />

geradas por um ambiente <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a competitivida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> cobrança da organização para com<br />

seus funcionários.<br />

O indivíduo é submetido a inúmeros processos <strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente contraditórios, fazendo<br />

com que ele seja ao mesmo t<strong>em</strong>po cooperativo e agressivo; se <strong>de</strong>dique à vida organizacional<br />

<strong>em</strong> equipe, mas tenha excelentes resultados individuais; ame profundamente a organização,<br />

mas esteja pronto a ser excluído <strong>de</strong>sta sua “família” quando for necessário. O indivíduo,<br />

então, começa a viver tentando equilibrar o que não é passível <strong>de</strong> equilíbrio. É o que<br />

FREITAS (2000) assinala quando discorre sobre o estranho casamento que se forma nessas<br />

contradições do ambiente <strong>em</strong>presarial. Empresas consi<strong>de</strong>radas como sendo boas para se<br />

trabalhar são responsáveis por gerar sofrimentos, muitas vezes irreversíveis para o indivíduo.<br />

FREITAS (2000, p.80) abordando algumas <strong>de</strong>ssas contradições, elabora, ao fim <strong>de</strong> sua<br />

análise, algumas consi<strong>de</strong>rações que ilustram <strong>de</strong> maneira aprofundada esse fenômeno. A<br />

<strong>em</strong>presa:<br />

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