O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
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possam reproduzir toda a gran<strong>de</strong>za que ela imagina possuir. Entretanto, apesar da <strong>em</strong>presa<br />
se mostrar como algo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor, algo grandioso e produto <strong>de</strong> atos heróicos, ela é, na<br />
verda<strong>de</strong>, uma instituição frágil com contradições e incoerências explícitas e algumas não<br />
tão explícitas assim. Agora, para diminuir essas contradições e minimizar os conflitos, as<br />
organizações vão, <strong>de</strong> acordo com ENRIQUEZ (1997), estabelecer objetivos divididos entre<br />
seus <strong>em</strong>pregados e antecipar as necessida<strong>de</strong>s dos consumidores para que ela possa, no<br />
mínimo, manter o po<strong>de</strong>r que ela já <strong>de</strong>tém.<br />
Por fim, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os compreen<strong>de</strong>r <strong>em</strong> que se transformou o trabalho na socieda<strong>de</strong><br />
mo<strong>de</strong>rna e quais as conseqüências <strong>de</strong>ssa transformação para o indivíduo. ENRIQUEZ<br />
(1997) levanta algumas questões <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a relevância para se enten<strong>de</strong>r esse processo <strong>de</strong><br />
mudança. O primeiro ponto abordado pelo autor refere-se ao <strong>de</strong>senvolvimento da estrutura<br />
taylorista, que com o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico v<strong>em</strong> assumindo um papel <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
influência na socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna. O hom<strong>em</strong> se <strong>de</strong>fronta cada vez mais com a padronização<br />
dos processos <strong>de</strong> trabalho e com a sofisticação dos instrumentos tecnológicos, tornando o<br />
seu trabalho, muitas vezes, <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> sentido. O segundo ponto abordado pelo autor<br />
refere-se à transformação da <strong>em</strong>presa <strong>em</strong> um local não-cultural e antipedagógico, <strong>em</strong> que o<br />
indivíduo é constant<strong>em</strong>ente contratado e formado pela <strong>em</strong>presa, no sentido <strong>de</strong> auxiliar<br />
apenas na compreensão do que diz respeito ao trabalho que r<strong>ea</strong>liza, s<strong>em</strong> a preocupação, por<br />
parte da <strong>em</strong>presa, <strong>em</strong> estimular a reflexão crítica. Além disso, a <strong>em</strong>presa busca fornecer<br />
saberes que possam ser essenciais para seu próprio <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong><br />
produtivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong>, e principalmente, ela trabalha no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a<br />
i<strong>de</strong>ntificação dos funcionários com os seus valores, isto é, com a cultura da organização.<br />
Em suma, a organização <strong>de</strong>senvolve estratégias que possam levá-la a controlar cada vez<br />
mais o indivíduo e assim alcançar os resultados por ela pretendidos.<br />
2.2 A reestruturação do processo produtivo e o indivíduo<br />
De acordo com CASTELLS (2001, p.31), “a revolução da tecnologia da informação<br />
foi essencial para a impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> um importante processo <strong>de</strong> reestruturação do<br />
sist<strong>em</strong>a capitalista”, sist<strong>em</strong>a este que <strong>de</strong>fine a r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong> social <strong>em</strong> função <strong>de</strong> seus próprios<br />
interesses, estabelecendo, inclusive, estilos <strong>de</strong> como as pessoas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> viver. Neste sentido,<br />
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