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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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manifestação <strong>de</strong> um processo i<strong>de</strong>ológico, ou o i<strong>de</strong>ológico como condicionador da<br />

linguag<strong>em</strong>.<br />

Ora, tendo <strong>em</strong> vista que a linguag<strong>em</strong> não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada e estudada como<br />

sendo neutra e sim como lugar <strong>de</strong> manifestação da i<strong>de</strong>ologia e <strong>de</strong> interação social, cabe<br />

citar uma passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um texto <strong>de</strong> BRANDÃO (1998, p.12) que resume tal pressuposto:<br />

“A linguag<strong>em</strong> enquanto discurso não constitui um universo <strong>de</strong> signos que<br />

serve apenas como instrumento <strong>de</strong> comunicação ou suporte <strong>de</strong> pensamento: a<br />

linguag<strong>em</strong> enquanto discurso é interação, e um modo <strong>de</strong> produção social; ela não é<br />

neutra, inocente (na medida que está engajada numa intencionalida<strong>de</strong>) e n<strong>em</strong> natural,<br />

por isso o lugar privilegiado <strong>de</strong> manifestação da i<strong>de</strong>ologia[...]. Como el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong><br />

mediação necessária entre o hom<strong>em</strong> e sua r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong> e como forma <strong>de</strong> engajá-lo na<br />

própria r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong>, a linguag<strong>em</strong> é lugar <strong>de</strong> conflito, <strong>de</strong> confronto i<strong>de</strong>ológico, não<br />

po<strong>de</strong>ndo ser estudada fora da socieda<strong>de</strong> uma vez que os processos que a constitu<strong>em</strong><br />

são histórico-sociais. Seu estudo não po<strong>de</strong> estar <strong>de</strong>svinculado <strong>de</strong> suas condições <strong>de</strong><br />

produção. Esse será o enfoque a ser assumido por uma nova tendência lingüística que<br />

irrompe na década <strong>de</strong> sessenta: a análise do discurso”.<br />

Além disso, o discurso está relacionado com o sentido, com a percepção, com o<br />

significado que uma mensag<strong>em</strong> po<strong>de</strong> ter e que, eventualmente po<strong>de</strong> não estar explicitada.<br />

Assim, por meio da análise do discurso, trata-se <strong>de</strong> verificar o que há por trás da<br />

transparência da linguag<strong>em</strong>.<br />

Dev<strong>em</strong>os observar ainda, que a condição <strong>em</strong> que o discurso é produzido articula-se<br />

a outros dois el<strong>em</strong>entos que alimentam sua análise: a formação discursiva e a formação<br />

i<strong>de</strong>ológica. Nesse sentido, quando se trabalha com a análise do discurso, é fundamental<br />

compreen<strong>de</strong>r como um <strong>de</strong>terminado objeto simbólico constrói, no indivíduo, sentidos para<br />

os sujeitos. Os sentidos são <strong>de</strong>terminados pelas formações discursivas, por posições<br />

i<strong>de</strong>ológicas que acabam por interferir no discurso e na percepção do receptor. A formação<br />

discursiva permite enten<strong>de</strong>r a produção do sentido. De acordo com ORLANDI (1999,<br />

p.43), “a formação discursiva se <strong>de</strong>fine como aquilo que numa formação i<strong>de</strong>ológica dada –<br />

ou seja, a partir <strong>de</strong> uma posição dada <strong>em</strong> uma conjuntura sócio-histórica – <strong>de</strong>termina o que<br />

<strong>de</strong>ve ser dito”. Em suma, compreend<strong>em</strong>os os sentidos – uma palavra po<strong>de</strong> mudar <strong>de</strong><br />

sentido <strong>de</strong> acordo com o modo como ela foi construída – por meio da formação discursiva.<br />

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