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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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“diz ao indivíduo para ser combativo, agressivo, individualista, mas que ele<br />

<strong>de</strong>ve colaborar, cooperar, integrar-se na equipe; pe<strong>de</strong>-lhe que seja inovador,<br />

criativo, ousado, mas que obe<strong>de</strong>ça à tradição e não provoque rupturas; diz-lhe<br />

que tenha iniciativa, mas que seja obediente; que <strong>de</strong>ve orgulhar-se <strong>de</strong><br />

pertencer ao grupo, mas provar que merece seu lugar; que ele po<strong>de</strong> tudo, mas<br />

não sabe nada; que ele é gran<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>roso como ela, mas po<strong>de</strong> ser eliminado<br />

quando houver reestruturação. Em última instância, pe<strong>de</strong>-lhe que seja<br />

diferente e ao mesmo t<strong>em</strong>po igual aos outros; que a ame in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente<br />

<strong>de</strong> reciprocida<strong>de</strong>; que confie nela mesmo quando ela d<strong>em</strong>onstra não merecer<br />

confiança; que almeje s<strong>em</strong>pre o troféu que nunca estará garantido e o amor<br />

que não será correspondido senão na fantasia”.<br />

Esse é um dos discursos por meio do qual as <strong>em</strong>presas exerc<strong>em</strong> seu controle, <strong>em</strong> seus<br />

funcionários, gerando inúmeros conflitos e angústias, que ela vai, paradoxalmente, tentando<br />

minimizar.<br />

De acordo com ENRIQUEZ (1997), na tentativa <strong>de</strong> fazer uso das angústias<br />

individuais, e na busca <strong>de</strong> certo nível <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> previsibilida<strong>de</strong> do comportamento<br />

do indivíduo, as organizações lançam mão <strong>de</strong> três modos <strong>de</strong> controle: sobre o corpo, sobre o<br />

pensamento e sobre o psiquismo. No que se refere ao controle sobre o corpo, as organizações<br />

vão <strong>de</strong>finir o modo como <strong>de</strong>terminado trabalho <strong>de</strong>verá ser feito, o ritmo <strong>em</strong> que <strong>de</strong>ve ser feito,<br />

ansiando naturalmente, pelo melhor rendimento do trabalhador.<br />

Quanto ao controle sobre o pensamento, po<strong>de</strong>-se dizer que ele está relacionado a dois<br />

el<strong>em</strong>entos fundamentais, um relacionado à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ologia da racionalida<strong>de</strong>, que<br />

diz respeito à ciência <strong>de</strong> gestão, e outro relacionado à i<strong>de</strong>ologia específica da <strong>em</strong>presa, que<br />

<strong>de</strong>verá fazer com que cada um esteja comprometido com esta, dando o melhor <strong>de</strong> si mesmo,<br />

por meio da obediência às regras e normas da organização. O indivíduo <strong>de</strong>verá estar<br />

envolvido integralmente com a organização, sentindo-se participante dos sucessos e fracassos<br />

da <strong>em</strong>presa. Vale l<strong>em</strong>brar que a organização, mesmo sendo portadora do discurso da<br />

inovação, ten<strong>de</strong> a t<strong>em</strong>er o pensamento r<strong>ea</strong>lmente criativo, que traga mudanças radicais ou faça<br />

com que o indivíduo não queira mais se submeter às regras da organização. Por último, no<br />

que se refere ao controle sobre o psiquismo, po<strong>de</strong>-se dizer que a <strong>em</strong>presa espera<br />

invariavelmente a interiorização psíquica das suas regras, normas e valores. Por esse<br />

mecanismo <strong>de</strong> controle, a organização, seus lí<strong>de</strong>res e gerentes vão tentar <strong>de</strong>senvolver meios<br />

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