16.04.2013 Views

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

p.149) compreen<strong>de</strong> a sedução como o convite a uma fantasia <strong>de</strong> rara beleza, como “um<br />

processo, uma relação dual, fugitiva <strong>em</strong> sua promessa <strong>de</strong> charme e intensida<strong>de</strong> das <strong>em</strong>oções<br />

prazerosas que pod<strong>em</strong> ocorrer nesse encontro sugerido com a magia e o encantamento a ser<br />

<strong>de</strong>sfrutado”. O sedutor espera o comprometimento do indivíduo para a r<strong>ea</strong>lização <strong>de</strong> algo<br />

que ele <strong>de</strong>seje. E o seduzido, quando entra no jogo, apenas vai aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s e<br />

<strong>de</strong>sejos do sedutor, tendo como provável <strong>de</strong>stino, o auto-abandono. O sedutor <strong>de</strong>seja o amor<br />

do seduzido, o controle <strong>de</strong> sua vonta<strong>de</strong>, alienando-o e cerc<strong>ea</strong>ndo sua liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pensamento e <strong>de</strong> ação. Vale dizer, entretanto, que a sedução é um processo <strong>em</strong> que as duas<br />

partes estão ativas no jogo. SIBONY (apud Freitas, 2000, p. 151) escreve que:<br />

“a sedução e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser invadido [...] e por algo que revele estar<br />

relacionado com nós mesmos, com o mais íntimo daquilo que nos falta e nos<br />

conduz na esteira <strong>de</strong> sua falta. Aliás, é a sedução que seduz, muito mais do<br />

que aquele ou aquela que a anima. E seduz por sua promessa radical <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sbaratar os códigos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>salojar o ser falante, atolado <strong>em</strong> si mesmo e <strong>em</strong><br />

seus sinais estabelecidos”.<br />

A sedução é a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> se largar nos braços do amado, daquele que po<strong>de</strong>rá nos<br />

preencher e que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um jogo <strong>de</strong> sedução, “nos aprisiona numa ausência <strong>de</strong> nós<br />

mesmos” (Freitas, 2000, p.151). Ainda, segundo esta autora, “se fomos i<strong>de</strong>ntificados pelo que<br />

nos priva <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, o que na r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong> está sendo buscado na sedução é o retorno a si<br />

através do outro” (Freitas, 2000, p.151).<br />

Com efeito, a sedução é arma cada vez mais utilizada nas organizações na socieda<strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rna. Os dirigentes buscam, na gestão do afetivo, controlar cada vez mais intensamente os<br />

<strong>em</strong>pregados e fazê-los comprometer-se com os objetivos da organização, i<strong>de</strong>ntificado-se com<br />

a cultura organizacional e com o que ela representa para ele e para o atendimento <strong>de</strong> seus<br />

<strong>de</strong>sejos.<br />

O comprometimento do indivíduo pela <strong>em</strong>presa é buscado a partir da criação <strong>de</strong> um<br />

sentimento <strong>de</strong> pertencer a uma comunida<strong>de</strong>: ele, o indivíduo, <strong>de</strong>ve se sentir parte do todo, da<br />

comunida<strong>de</strong>-<strong>em</strong>presa: “o importante é que cada um possa se ver como uma parte daquilo que<br />

lhe pertence e se i<strong>de</strong>ntificar ainda mais fort<strong>em</strong>ente à comunida<strong>de</strong>-<strong>em</strong>presa” (LE GOFF, 1985,<br />

p.49, tradução nossa).<br />

66

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!