16.04.2013 Views

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

i<strong>de</strong>ologia como idéias abstratas e ilusórias, digna apenas <strong>de</strong> ridicularização e<br />

<strong>de</strong>sprezo”.<br />

No século XIX, Karl Marx foi um dos principais pensadores a <strong>de</strong>senvolver o conceito<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia. Apesar <strong>de</strong> certa ambigüida<strong>de</strong> que o conceito ganha <strong>em</strong> seus escritos, é<br />

possível verificar, <strong>em</strong> Marx, diferentes concepções <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia - o termo adquire um<br />

sentido, por assim dizer, mais crítico. Num primeiro momento, Marx critica amplamente<br />

aqueles que ficam na luta no campo das idéias e se esquec<strong>em</strong> da mudança social da vida<br />

prática. A i<strong>de</strong>ologia, nesse caso, é vista como, ilusão. Ressalta-se, entretanto, que a<br />

i<strong>de</strong>ologia não <strong>de</strong>ve ser encarada como uma ilusão por si só, e sim como responsável por<br />

um efeito da ilusão. O efeito da ilusão seria uma inversão do r<strong>ea</strong>l. A crítica inicial <strong>de</strong> Marx,<br />

nesse contexto, refere-se à i<strong>de</strong>ologia al<strong>em</strong>ã, ou aos jovens hegelianos, que valorizaram<br />

intensamente o papel das idéias na vida social, não existindo espaço para uma<br />

transformação, <strong>de</strong> fato, da r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong>. Segundo Marx, lido por THOMPSON (1990, p.50),<br />

os jovens hegelianos,<br />

“consi<strong>de</strong>ram as concepções, os pensamentos, as idéias, enfim, todos os<br />

produtos da consciência, aos quais eles atribu<strong>em</strong> uma existência<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, como as verda<strong>de</strong>iras prisões dos seres humanos (da mesma<br />

maneira que os velhos hegelianos os <strong>de</strong>clararam como os verda<strong>de</strong>iros<br />

vínculos da socieda<strong>de</strong> humana) [...] não conseguindo compreen<strong>de</strong>r as<br />

concepções r<strong>ea</strong>is e as características da vida sócio-histórica”.<br />

Ainda <strong>em</strong> Marx, há uma concepção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia vinculada à luta <strong>de</strong> classe, a luta do<br />

burguês contra o proletário, do dominador com o dominado. Assim a i<strong>de</strong>ologia estaria<br />

relacionada aos interesses da classe dominante, que difun<strong>de</strong> idéias perm<strong>ea</strong>das por seus<br />

interesses. Tal concepção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia estaria ligada às formas i<strong>de</strong>ológicas <strong>de</strong> consciência,<br />

que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser criticadas, a fim <strong>de</strong> saber o que existe por trás <strong>de</strong>ssas formas <strong>de</strong> consciência<br />

representantes dos interesses das classes dominantes. De acordo com LOWY (2000, p.12),<br />

para Marx, i<strong>de</strong>ologia é um “conceito crítico que implica ilusão, ou se refere à consciência<br />

<strong>de</strong>formada da r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong> que se dá através da i<strong>de</strong>ologia dominante: as idéias das classes<br />

dominantes são as i<strong>de</strong>ologias dominantes da socieda<strong>de</strong>”. Ainda, segundo BRANDÃO<br />

94

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!