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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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O sentido provém das formações discursivas que representam, no discurso, as formações<br />

i<strong>de</strong>ológicas, <strong>de</strong>finindo, então, uma relação contínua do discurso com o processo<br />

i<strong>de</strong>ológico. Ainda, segundo ORLANDI, as formações discursivas são constituídas pela<br />

contradição, modificando-se a todo momento, <strong>de</strong> acordo com as relações que os discursos<br />

mantêm entre si.<br />

A importância da formação do discurso está presente no significado <strong>de</strong> uma palavra<br />

que po<strong>de</strong> se modificar <strong>de</strong> acordo com a formação discursiva, isto é <strong>de</strong> acordo com as<br />

diferentes condições <strong>de</strong> produção. De acordo com BRANDÃO (1998:126), “na perspectiva<br />

da análise do discurso [...] toda formação discursiva <strong>de</strong>fine seu domínio <strong>de</strong> saber<br />

articulando um conjunto <strong>de</strong> formulações aceitáveis (ela <strong>de</strong>termina o que po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser<br />

dito) e excluindo formulações inaceitáveis a esse domínio (ela <strong>de</strong>termina o que não po<strong>de</strong> e<br />

não <strong>de</strong>ve ser dito)”. A autora levanta algumas questões referentes aos procedimentos <strong>de</strong><br />

controle existentes na produção do discurso como o fato <strong>de</strong> que não se po<strong>de</strong> dizer tudo o<br />

que se quer, ou seja, exist<strong>em</strong> certos limites e circunstâncias que <strong>de</strong>terminam o que po<strong>de</strong> ser<br />

dito.<br />

No que tange às condições <strong>de</strong> produção, elas englobam os sujeitos, a situação e a<br />

m<strong>em</strong>ória. Po<strong>de</strong>-se dizer ainda, que elas assum<strong>em</strong> dois aspectos básicos: o contexto<br />

imediato, que são as circunstâncias <strong>de</strong> enunciação e o contexto amplo que se refere ao<br />

contexto sócio-histórico, i<strong>de</strong>ológico. Quanto à m<strong>em</strong>ória, também tratada como<br />

interdiscurso ou m<strong>em</strong>ória discursiva, ORLANDI (1999, p.31) afirma que esse termo é<br />

“aquilo que fala antes, <strong>em</strong> outro lugar, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente”. Assim, quando l<strong>em</strong>os um<br />

discurso, estamos diante <strong>de</strong> significações que não se relacionam apenas com o discurso <strong>em</strong><br />

questão. Existe todo um processo que faz com que o sentido aí percebido esteja carregado<br />

do que foi dito anteriormente por alguém, <strong>em</strong> outros momentos e <strong>em</strong> outros locais. Em<br />

suma, interdiscurso é “todo o conjunto <strong>de</strong> formulações feitas e já esquecidas que <strong>de</strong>termina<br />

o que diz<strong>em</strong>os”.<br />

De fato, <strong>em</strong>bora acredit<strong>em</strong>os ter total autonomia <strong>em</strong> nossos pensamentos e<br />

posições, muito do que diz<strong>em</strong>os ou pensamos é condicionado. Em outras palavras, “o<br />

sujeito diz, pensa que sabe o que diz, mas não t<strong>em</strong> acesso ou controle sobre o modo pelo<br />

qual os sentidos se constitu<strong>em</strong> nele”.“Os sentidos não estão nas palavras elas mesmas.<br />

Estão aquém e além <strong>de</strong>las”. (ORLANDI, 1999, p.42)<br />

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