16.04.2013 Views

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

aten<strong>de</strong> às normas estabelecidas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, que respeita os regulamentos e que não<br />

procura exibir qualquer espírito <strong>de</strong> iniciativa”; c) o controle por resultados, que se baseia na<br />

i<strong>de</strong>ologia do sucesso e na tecnocracia, <strong>em</strong> que a iniciativa é valorizada, mas o indivíduo<br />

continua preso <strong>em</strong> uma estrutura b<strong>em</strong> mais sutil que a burocrática; e) a d<strong>em</strong>ocracia: neste<br />

tipo <strong>de</strong> controle, a divergência não encontra espaço e o indivíduo é obrigado a se apegar a<br />

alguma causa, que merece ser objeto <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são completa, assim, sua e sua fonte <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação não mais repousa no cargo, mas na cultura organizacional; e) a fusão amorosa<br />

do indivíduo com a <strong>em</strong>presa: aqui, a sedução e a fascinação são fenômenos cada vez mais<br />

presentes. f) o controle por saturação: nesta modalida<strong>de</strong>, o discurso social dominante não<br />

<strong>de</strong>ve ser contrariado, não há voz para o indivíduo, “os grupos e os indivíduos perd<strong>em</strong> sua<br />

voz e são <strong>de</strong>spossuídos <strong>de</strong> um setor essencial <strong>de</strong> sua existência”; g) o controle pela dissuasão<br />

“que se dá através da instauração <strong>de</strong> um aparelho <strong>de</strong> intervenção. A idéia <strong>de</strong> d<strong>em</strong>onstrar<br />

força para não ter que usá-la rege esse tipo <strong>de</strong> controle”.<br />

FREITAS (2000), por sua vez, observa que o controle das organizações está cada vez<br />

mais sutil, sendo que o indivíduo participa mais do processo <strong>de</strong>cisório, <strong>de</strong>finindo mais as<br />

suas metas, que s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser elevadas. Para que esse tipo <strong>de</strong> controle, exercido <strong>de</strong><br />

acordo com uma nova estrutura organizacional, muito mais flexível e bas<strong>ea</strong>da <strong>em</strong> equipes <strong>de</strong><br />

trabalho, tenha sucesso, é fundamental que o indivíduo interiorize o discurso organizacional<br />

e tudo o que a organização <strong>de</strong>seja <strong>de</strong>le. Assim, seu comportamento se torna mais previsível.<br />

Da mesma forma, o controle perm<strong>ea</strong>rá, tanto, as relações <strong>de</strong> trabalho quanto a vida fora da<br />

organização: a cultura organizacional veio a ser um po<strong>de</strong>roso mecanismo <strong>de</strong> controle nas<br />

organizações, assim como as promessas por carreiras b<strong>em</strong> sucedidas acabaram controlando<br />

as <strong>de</strong>cisões e o comportamento dos indivíduos.<br />

O discurso da organização po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>verá estar perm<strong>ea</strong>do por mecanismos <strong>de</strong><br />

controle, direcionando os sujeitos <strong>de</strong> modo que respondam positivamente aos anseios da<br />

organização e alcanc<strong>em</strong> os resultados esperados. Assim, a <strong>em</strong>presa exorta o indivíduo a ser<br />

um herói, a ser “seu projeto, a consi<strong>de</strong>rar-se um capital que <strong>de</strong>ve dar retorno”. (FREITAS,<br />

2000, p. 63). O controle ainda está presente na comunida<strong>de</strong> <strong>em</strong> que o indivíduo está inserido,<br />

<strong>de</strong> modo que “as organizações vão invadindo a esfera do privado, da vida extra-profissional<br />

<strong>de</strong> seus m<strong>em</strong>bros, sendo a família <strong>de</strong> cada um o segundo el<strong>em</strong>ento cooptado” (FREITAS,<br />

2000, p.69). O indivíduo permite que a organização esteja intensamente presente <strong>em</strong> sua<br />

vida, inclusive no que se refere às relações familiares, que se tornam alvo <strong>de</strong> cooptação da<br />

73

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!