O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
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mais valorizado que o do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> reconhecimento, do qual se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> que o trabalho<br />
árduo é objeto <strong>de</strong> admiração, principalmente quando ele leva ao sucesso.<br />
O artigo traz outros <strong>de</strong>poimentos interessantes para a nossa análise. Há o <strong>de</strong> um<br />
executivo que se orgulha <strong>em</strong> mostrar o quanto é ocupado, algo amplamente valorizado na<br />
socieda<strong>de</strong> atual. Valoriza-se o sujeito que vive na rotina e na repetição típicas da pulsão da<br />
morte, cuja vida está não apenas <strong>em</strong> função do trabalho, mas também <strong>em</strong> função do relógio.<br />
A esse respeito, Freitas afirma que o t<strong>em</strong>po é cada dia mais medido e pesado. “não<br />
pod<strong>em</strong>os mais per<strong>de</strong>r um minuto, <strong>em</strong> alguns casos é a perda <strong>de</strong> um segundo consi<strong>de</strong>rada<br />
fatal” (FREITAS, 2003, p.04). O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>ve ser utilizado e vivenciado rapidamente, com<br />
velocida<strong>de</strong> “aproveitando-se” tudo da vida. Um aproveitamento da vida que nega, muitas<br />
vezes, o prazer, o usufruto profundo e pleno <strong>de</strong> momentos que passam e não os v<strong>em</strong>os, pois<br />
estamos <strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente preocupados <strong>em</strong> pular, incessant<strong>em</strong>ente, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>em</strong> <strong>de</strong>sejo. No<br />
campo <strong>em</strong>presarial, busca-se utilizar o t<strong>em</strong>po da maneira mais produtiva possível. Executivos<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>em</strong>presas têm, não raras vezes, comportamento singular: “ar agitado, serram os<br />
<strong>de</strong>ntes, apertam <strong>de</strong>z vezes o botão do elevador, cortam a palavra dos outros para concluir o<br />
raciocínio, sent<strong>em</strong>-se culpados por <strong>de</strong>scansar 5 minutos, lê<strong>em</strong> vendo televisão e comendo, se<br />
barbeiam dirigindo; enfim, buscam executar várias coisas ao mesmo t<strong>em</strong>po para não per<strong>de</strong>r<br />
t<strong>em</strong>po”. (FREITAS, 2003, p.08).<br />
Outro el<strong>em</strong>ento que nos chama a atenção no texto é a hipervalorização do esporte,<br />
s<strong>em</strong>pre citado como priorida<strong>de</strong>, seja este a caminhada, o jogging, a acad<strong>em</strong>ia <strong>de</strong> ginástica, o<br />
tênis, ou qualquer outro. O executivo herói é também um esportista, um indivíduo que é<br />
vencedor também no esporte, que cuida da saú<strong>de</strong> e é feliz, envolvido dia e noite, com o<br />
trabalho e com o esporte. Observa-se, inclusive, o quanto o esporte v<strong>em</strong> sendo utilizado por<br />
executivos, inclusive na busca <strong>de</strong> uma melhoria <strong>de</strong> suas relações pessoais e no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas habilida<strong>de</strong>s competitivas. A estrutura estratégica <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
<strong>em</strong>presas, como b<strong>em</strong> acertadamente nos diz ENRIQUEZ (2000, p.29), valoriza e exige, <strong>em</strong><br />
seus quadros indivíduos que sejam ganhadores, esportistas, verda<strong>de</strong>iros guerreiros que<br />
estejam dispostos a tudo pela vitória. O “matador cool”, termo utilizado pelo autor, não<br />
elimina “um adversário ou um concorrente com paixão, é preciso fazê-lo, ao contrário, com<br />
doçura”. Assim, para ser esse “matador”, o indivíduo <strong>de</strong>ve valorizar o corpo, ser um<br />
esportista, ou seja, ele não apenas trabalha o seu corpo e o controla, mas busca também a<br />
vitória, continuamente e incessant<strong>em</strong>ente. De acordo com ENRIQUEZ (2000, p.29), “a<br />
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