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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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se<strong>de</strong>ntos pelo po<strong>de</strong>r, e os que sejam mais facilmente conduzidos pela cultura organizacional,<br />

do que aqueles que <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> um pensamento próprio, daqueles que transgrid<strong>em</strong> as regras<br />

impostas.<br />

Assim, o indivíduo <strong>de</strong>ve sair do processo <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> <strong>em</strong> que as <strong>em</strong>presas<br />

buscam colocá-lo, especialmente <strong>em</strong> momentos <strong>em</strong> que haja cerc<strong>ea</strong>mento <strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong><br />

individual. Quase s<strong>em</strong>pre o po<strong>de</strong>r e o instinto <strong>de</strong> morte imperam e o outro é negado. A vida<br />

do sujeito é transformada <strong>de</strong> acordo com os <strong>de</strong>sejos da organização <strong>em</strong> que ele presta<br />

serviços. ENRIQUEZ (1991) afirma, nesse sentido, que a exploração do hom<strong>em</strong> se torna cada<br />

vez mais sutil, ficando restrita a mecanismos psíquicos, ao controle pelo amor. Por outro lado,<br />

é necessário que as organizações <strong>de</strong>senvolvam-se a partir do diálogo, da construção das<br />

relações sociais a partir da livre escolha e da negociação, s<strong>em</strong>pre com argumentos sendo<br />

expostos quando da tomada das <strong>de</strong>cisões.<br />

Dissertando sobre os el<strong>em</strong>entos essenciais do po<strong>de</strong>r, ENRIQUEZ (1991) <strong>de</strong>screve este<br />

como manifestando-se <strong>em</strong> uma relação assimétrica e pela força. Segundo o autor, o po<strong>de</strong>r é<br />

sagrado e <strong>de</strong>seja ser legítimo, existindo, entretanto apenas com a existência do consentimento,<br />

normalmente se dando pela interiorização das regras e pelo medo <strong>de</strong> possíveis represárias. O<br />

po<strong>de</strong>r é, ao mesmo t<strong>em</strong>po, o criador <strong>de</strong> um mundo or<strong>de</strong>nado que t<strong>em</strong> a compulsão pela<br />

repetição, caracterizando-se ainda pelo rapto, pela exploração do indivíduo, caracterizando-se<br />

por um caráter extr<strong>em</strong>amente repressor e <strong>de</strong>strutivo, sendo esse po<strong>de</strong>r, totalitário, como tendo<br />

a tendência a durar interminavelmente, visto que os donos do po<strong>de</strong>r não permit<strong>em</strong>, <strong>em</strong><br />

hipótese alguma, que ele se acabe. O rapto po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado, na socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna,<br />

como sendo um trabalho que humilha o indivíduo, que o faz per<strong>de</strong>r a dignida<strong>de</strong>, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

É a exploração <strong>de</strong> uma classe que é dominada por uma elite <strong>de</strong>tentora do po<strong>de</strong>r econômico e<br />

político. O escravo e o servo estavam <strong>em</strong> outros t<strong>em</strong>pos nas mãos dos <strong>de</strong>tentores do po<strong>de</strong>r. O<br />

indivíduo era obrigado a obe<strong>de</strong>cer todas as or<strong>de</strong>ns dadas, sob o risco <strong>de</strong> castigos físicos ou<br />

mesmo da morte. Nos t<strong>em</strong>pos atuais, as gran<strong>de</strong>s <strong>em</strong>presas, guardadas as <strong>de</strong>vidas proporções,<br />

exerc<strong>em</strong> o papel <strong>de</strong> proprietários <strong>de</strong> vidas humanas, especialmente no que tange a seus<br />

<strong>em</strong>pregados. À medida que o rapto vai se a<strong>de</strong>quando à socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, a exploração do<br />

hom<strong>em</strong> se faz mais sutil, <strong>de</strong>senvolvendo-se por meio da manipulação dos consumidores e dos<br />

cidadãos.<br />

E ele dura, <strong>de</strong> certo modo, graças a seu aspecto repressivo e violento que faz com que<br />

as pessoas estejam submetidas à vonta<strong>de</strong> dos seus donos, isto é, dos donos do po<strong>de</strong>r. Estes o<br />

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