O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
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funcionários com a <strong>em</strong>presa está no fato <strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre outras coisas, esta lançar mão do<br />
<strong>em</strong>ocional do funcionário. O executivo, que a representa, <strong>de</strong>ve ser carismático e transpirar<br />
energia para seus subordinados, fazendo com que eles estejam envolvidos com as expectativas<br />
da <strong>em</strong>presa. Em convenções da <strong>em</strong>presa, ele se torna um animador <strong>de</strong> auditório: “Estão<br />
felizes <strong>em</strong> estar aqui?”, ou, “Acham que essa convenção vai ser um sucesso?” - pergunta ele<br />
para seus funcionários. Ele utiliza seu carisma para fazer com que as pessoas estejam<br />
engajadas nos objetivos da <strong>em</strong>presa. Por meio da fascinação, ele fomenta nas pessoas o culto<br />
ao herói. De modo que a <strong>em</strong>presa se <strong>de</strong>senvolve, também, por meio da admiração por ela, que<br />
o executivo-chefe passa aos outros funcionários. Este aqui pensa o seu discurso <strong>de</strong> modo<br />
estratégico: “Firmin jamais comparece a uma reunião s<strong>em</strong> ter refletido por dias, s<strong>em</strong>anas até,<br />
sobre o que e como dizer. Meia hora antes <strong>de</strong> entrar <strong>em</strong> cena, como um ator, isola-se para um<br />
ensaio concentrado”. Assim a organização passa a ser palco para o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
t<strong>ea</strong>tralida<strong>de</strong> nas relações <strong>de</strong> trabalho e muitos <strong>de</strong> seus participantes não têm consciência <strong>de</strong><br />
que participam efetivamente <strong>de</strong> uma tragicomédia.<br />
Ainda, o executivo <strong>em</strong> questão cultiva seu perfil carismático e “transpira energia típica<br />
<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores e relações públicas”. O ator principal cuida <strong>de</strong> sua imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> tal forma que se<br />
vê como todo po<strong>de</strong>roso, um super-herói que <strong>de</strong>ve ser admirado e amado. A sua imag<strong>em</strong><br />
exerce um papel estratégico no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho e alcance dos objetivos organizacionais. Ela é<br />
trabalhada para mostrar seu dinamismo, uma pessoa <strong>em</strong> constante movimento, um hom<strong>em</strong><br />
alinhado e b<strong>em</strong> vestido, um mo<strong>de</strong>lo id<strong>ea</strong>l, <strong>em</strong> que as pessoas se espelham e <strong>de</strong>positam<br />
confiança. Tanto que as relações <strong>de</strong> trabalho tornam-se, <strong>de</strong> certo modo, relações paternalistas,<br />
não existindo espaço para d<strong>em</strong>issões, ao menos no discurso. “Na Accor, d<strong>em</strong>issão rima com<br />
palavrão. Firmin vê nessa prática a pior d<strong>em</strong>onstração <strong>de</strong> incompetência <strong>de</strong> um <strong>em</strong>presário. A<br />
promessa <strong>de</strong> segurança no <strong>em</strong>prego é um it<strong>em</strong> importante <strong>de</strong> sua cartilha”. Também faz parte<br />
da cartilha do executivo a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> metas elevadas. Ele po<strong>de</strong>, utilizando-se do princípio <strong>de</strong><br />
que é necessário colocar uma cenoura na frente <strong>de</strong> um coelho, e à medida que ele for<br />
alcançando a cenoura, <strong>de</strong>verá ultrapassar os padrões <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho pré-estabelecidos: “pense<br />
gran<strong>de</strong>, estabeleça metas além das possibilida<strong>de</strong>s. É provável que, agindo assim, você<br />
ultrapasse as previsões”.<br />
Da mesma forma, este tipo <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>seja se cercar <strong>de</strong> pessoas l<strong>ea</strong>is, mesmo que se<br />
mostr<strong>em</strong> eventualmente, incompetentes, necessitando, na verda<strong>de</strong>, ter súditos que se<br />
disponham a servir voluntariamente. Para ele, o ser humano é um dos principais atores <strong>de</strong>sse<br />
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