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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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<strong>de</strong>finindo padronizações <strong>de</strong> trabalho que o indivíduo <strong>de</strong>ve seguir, s<strong>em</strong> que diálogo entre qu<strong>em</strong><br />

planeja o trabalho e qu<strong>em</strong> o executa. De acordo com PAGÈS (1987, p.71), nas organizações<br />

que contam com um <strong>de</strong>senvolvido trabalho <strong>de</strong> formalização do comportamento e <strong>de</strong> uma<br />

valorização das assessorias, “o sist<strong>em</strong>a hierárquico não assegura mais suas funções<br />

tradicionais: ele não passa <strong>de</strong> um intérprete da regra. Ele é, aliás, substituído pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

staffs que controla a normalida<strong>de</strong> da regra para impedir qualquer <strong>de</strong>svio”. O po<strong>de</strong>r atua nas<br />

mais diversas frentes e nos mais variados modos, buscando s<strong>em</strong>pre reconduzir o indivíduo,<br />

por meio das regras, aos caminhos trilhados pela <strong>em</strong>presa para que ele os percorra.<br />

É necessário, portanto, que o indivíduo esteja pronto a se colocar <strong>de</strong> uma maneira<br />

crítica frente a qualquer controle excessivo, transgredindo-o e buscando alternativas ao que<br />

lhe é imposto. Na transgressão do que é proibido o indivíduo terá condições <strong>de</strong> criar, sair da<br />

ord<strong>em</strong> e da constância para a<strong>de</strong>ntrar nos caminhos do risco e da inovação. Entretanto, como<br />

argumenta ENRIQUEZ (1991), a transgressão do proibido não <strong>de</strong>ve ser apenas um “ir<br />

contra”. É necessário pensar, discutir e agir para se construir algo novo que se ponha no lugar.<br />

De seu turno, as organizações viv<strong>em</strong> uma contradição, por um lado, controlam o<br />

indivíduo, <strong>de</strong>finindo seu comportamento, e por outro, as organizações, ditas mo<strong>de</strong>rnas, faz<strong>em</strong><br />

uso do discurso <strong>de</strong> inovação e do <strong>de</strong>senvolvimento criativo <strong>de</strong> seus m<strong>em</strong>bros. A criativida<strong>de</strong><br />

também, por um lado, é cerc<strong>ea</strong>da pelo po<strong>de</strong>r disciplinador da organização, e, por outro, é<br />

incentivada pelo discurso organizacional, contribuindo para o status da <strong>em</strong>presa mo<strong>de</strong>rna.<br />

Logo, anseia-se por inovação, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que ela ocorra <strong>de</strong>ntro dos limites impostos pela<br />

cultura da <strong>em</strong>presa, <strong>de</strong> modo que, no limite, a imaginação <strong>de</strong>ve ce<strong>de</strong>r espaço para o po<strong>de</strong>r.<br />

Resta ao indivíduo trilhar um caminho alternativo no interior <strong>de</strong>sse complexo cenário,<br />

no sentido <strong>de</strong> encontrar sua transformação criativa e seu <strong>de</strong>senvolvimento pessoal. A<br />

transgressão faz parte <strong>de</strong>sse intento. Porém, o indivíduo <strong>de</strong>ve saber transgredir no momento<br />

certo e <strong>de</strong> acordo com estratégias habilidosamente <strong>de</strong>finidas para que não ocorra uma ruptura<br />

<strong>de</strong>finitiva com o po<strong>de</strong>r estabelecido. Há, também, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reformá-lo, ao menos <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>terminados aspectos que possam ser significativos para o próprio indivíduo e para as<br />

pessoas que o cercam na organização.<br />

Mas é importante ter <strong>em</strong> vista, que as organizações vão s<strong>em</strong>pre privilegiar os<br />

“normais” frente aos “<strong>de</strong>sviantes”, aos “transgressores”, com exceção dos períodos <strong>em</strong> que a<br />

organização está sendo criada, <strong>em</strong> que ela precisa da criativida<strong>de</strong>, da inovação e <strong>de</strong> um<br />

território <strong>em</strong> que possa agir. De acordo com ENRIQUEZ (1997), as organizações prefer<strong>em</strong> os<br />

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