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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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segundo Cor<strong>de</strong>iro, consultor <strong>em</strong> outplac<strong>em</strong>ent “toda vez que se fala <strong>em</strong> downsizing,<br />

terceirização ou reengenharia, os executivos tr<strong>em</strong><strong>em</strong>”. A d<strong>em</strong>issão surge, então, como um dos<br />

principais motivos para a chegada da <strong>de</strong>pressão <strong>em</strong> muitos dos casos. O indivíduo não<br />

consegue enten<strong>de</strong>r o que causou a d<strong>em</strong>issão e uma <strong>de</strong> suas principais r<strong>ea</strong>ções é a vergonha<br />

para com sua família e seus amigos.<br />

A ênfase maior do artigo é com a d<strong>em</strong>issão que po<strong>de</strong> acometer o indivíduo. Per<strong>de</strong>r<br />

algo ao qual um executivo, por ex<strong>em</strong>plo, se <strong>de</strong>dicou por tantos anos, per<strong>de</strong>r tudo o que o<br />

cargo simboliza para ele e para a sua vida, não é tão simples <strong>de</strong> ser trabalhado, e po<strong>de</strong> <strong>de</strong>tonar<br />

<strong>de</strong>sequilíbrios <strong>em</strong>ocionais. A <strong>de</strong>pressão também é t<strong>em</strong>a do artigo “A dor que corrói a gente”<br />

(GOMES, Exame, 29/01/97, p.104-106). Lê-se que, “são raros os executivos que aceitam se<br />

expor e admitir francamente que estão <strong>de</strong>primidos”. Segundo Catanante, consultora <strong>em</strong><br />

recursos humanos, “o executivo t<strong>em</strong> receio <strong>de</strong> reconhecer que está com <strong>de</strong>pressão por medo<br />

do preconceito”. Assim, ele dificilmente vai se abrir com outras pessoas e procurar ajuda. A<br />

<strong>de</strong>pressão “é o oposto do que as <strong>em</strong>presas estão precisando. Elas quer<strong>em</strong> gente motivada e<br />

entusiasmada”, diz, ainda, a consultora. Trata, pois, <strong>de</strong> algo inaceitável para o perfil do herói<br />

que as organizações procuram. Muito pelo contrário, ela po<strong>de</strong> ser vista como sinal <strong>de</strong> fraqueza<br />

e dificulda<strong>de</strong> para se lidar com os obstáculos da vida. A <strong>em</strong>presa não está tão inclinada a ver a<br />

<strong>de</strong>pressão como doença ou como relacionada ao trabalho, isto é, ao excesso <strong>de</strong> trabalho.<br />

Da mesma forma, com o perigo constante da d<strong>em</strong>issão, sobretudo <strong>em</strong> cargos<br />

executivos, a <strong>de</strong>pressão é continuamente ocultada, na esperança que passe, mas sab<strong>em</strong>os que,<br />

dificilmente, o indivíduo vai se recuperar integralmente da <strong>de</strong>pressão se não tiver auxílio<br />

médico especializado. Ainda mais grave do que a <strong>de</strong>pressão é o suicídio, muitas vezes<br />

antecedido <strong>de</strong> crises <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão. Trata-se <strong>de</strong> t<strong>em</strong>a difícil <strong>de</strong> ser abordado no meio<br />

<strong>em</strong>presarial, mas que é cada vez mais freqüente <strong>em</strong> executivos.<br />

Pesquisas r<strong>ea</strong>lizadas na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Queen’s na Irlanda do Norte e estampadas no<br />

artigo “Uma pressão mortal” (BERNARDI, Exame, 21/05/97, p.96-97), afirmam que os<br />

executivos pertenc<strong>em</strong> a um grupo com um número elevado <strong>de</strong> suicidas, ainda mais porque<br />

resist<strong>em</strong> a pedir qualquer forma <strong>de</strong> ajuda antes <strong>de</strong> uma eventual tentativa <strong>de</strong> suicídio. Tudo é<br />

feito <strong>de</strong> uma vez. Lê-se no texto, que “dois terços das pessoas que se matam sinalizam suas<br />

intenções <strong>de</strong> alguma maneira. Deixam transparecer através <strong>de</strong> palavras, atitu<strong>de</strong>s ou<br />

comportamentos que estão r<strong>ea</strong>lmente mal”. Porém, o executivo t<strong>em</strong> pudor <strong>de</strong> falar <strong>em</strong> terapia<br />

ou aceitar que precisa <strong>de</strong>la <strong>em</strong> algum momento da vida: ele será mal visto no meio<br />

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