O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
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Se <strong>de</strong>sligado da <strong>em</strong>presa, sua vida transforma-se completamente, uma vez que<br />
estava voltada completamente ao trabalho. A <strong>em</strong>presa, por sua vez, exime-se <strong>de</strong> qualquer<br />
culpa na d<strong>em</strong>issão do indivíduo, colocando a culpa no mercado. O que se t<strong>em</strong>, pois, é uma<br />
<strong>de</strong>sumanização das relações sociais. Como b<strong>em</strong> nos coloca LE GOFF (1995, p.125<br />
tradução nossa), quanto essa omissão da organização, “Não é nossa culpa, e sim do<br />
mercado, se isso não acontecer, a <strong>em</strong>presa fecha”.<br />
MORGAN (1996), assim como ENRIQUEZ (1991), vê a competência técnica<br />
como uma das principais e mais claras fontes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r nas organizações. Trata-se do po<strong>de</strong>r<br />
legal. Este po<strong>de</strong>r o do tecnocrata, é que vai <strong>de</strong>finir as tarefas, e planejar como as ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>verão ser executadas. E como as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r se baseiam nas relações impessoais<br />
também não se obe<strong>de</strong>ce à pessoa que ocupa o cargo, mas ao cargo, ou seja, o cargo é que<br />
merece respeito e que vai legitimar o po<strong>de</strong>r exercido. Trata-se do po<strong>de</strong>r do cargo.<br />
De acordo com ENRIQUEZ (1991, p.35, tradução nossa), o po<strong>de</strong>r é racional, o<br />
po<strong>de</strong>r é também limitado: por meio da especialização o indivíduo vai i<strong>de</strong>ntificando seus<br />
limites <strong>de</strong> atuação no trabalho; além disso, o po<strong>de</strong>r é impessoal: está vinculado à função; e<br />
funcional, ou seja, está relacionado com os objetivos organizacionais e com a eficácia<br />
organizacional. Finalmente, o po<strong>de</strong>r conferido ao indivíduo numa <strong>de</strong>terminada posição<br />
hierárquica é s<strong>em</strong>pre limitado, por variáveis tais como a <strong>de</strong>tenção ou não <strong>de</strong> um maior<br />
número <strong>de</strong> interferência nas etapas do processo <strong>de</strong>cisório, o maior acesso à informação, o<br />
lugar na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação na organização. O indivíduo terá mais po<strong>de</strong>r na organização<br />
à medida que tenha maior controle das diversas etapas do processo racional <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão, como por ex<strong>em</strong>plo, a <strong>de</strong>finição dos critérios utilizados e no levantamento das<br />
alternativas a ser<strong>em</strong> analisadas.<br />
O po<strong>de</strong>r do indivíduo está relacionado ainda ao grupo <strong>em</strong> que está inserido à<br />
relação <strong>de</strong> ambos, <strong>de</strong>le e do grupo, com os objetivos organizacionais. Para ENRIQUEZ,<br />
(1991, p.38, tradução nossa): “o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um indivíduo extrai sua legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propor objetivos ao grupo, <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação às necessida<strong>de</strong>s<br />
variáveis <strong>de</strong> seu grupo, <strong>de</strong> sua influência na rapi<strong>de</strong>z da progressão <strong>de</strong> sua equipe, da<br />
autenticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas comunicações facilitando a coesão entre os m<strong>em</strong>bros da<br />
organização”.<br />
Em resumo, t<strong>em</strong>os nos dois autores analisados, ENRIQUEZ e MORGAN, a<br />
<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> algumas fontes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r: a autorida<strong>de</strong> formal, o controle sobre recursos<br />
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