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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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seu padrão <strong>de</strong> vida. O que mais abala é a sensação <strong>de</strong> fracasso”, diz Barboza. Fracasso por<br />

não ter conseguido, mesmo com <strong>de</strong>dicação exclusiva à <strong>em</strong>presa, manter o seu próprio<br />

trabalho. E transformar-se num superexecutivo é difícil, mas per<strong>de</strong>r sua posição é muito mais<br />

complicado. “Sair <strong>de</strong> um lugar on<strong>de</strong> trabalhei mais da meta<strong>de</strong> da minha vida foi uma <strong>de</strong>cisão<br />

muito dura para mim”, diz Freyre, um ex-executivo <strong>de</strong> uma multinacional. Ou seja, per<strong>de</strong>-se<br />

não apenas o carro com motorista, mas também os sonhos, os projetos e a expectativa <strong>de</strong><br />

contribuir para o crescimento <strong>de</strong> algo que o sujeito julga ser importante. É necessário, então,<br />

que o indivíduo busque se inserir <strong>em</strong> uma nova ord<strong>em</strong> a que ele não estava acostumado até<br />

então. E, assim no caso <strong>de</strong> relação afetiva que acaba, o indivíduo resiste e o sofrimento apenas<br />

aumenta. “Ele custou a assimilar a nova situação [...] Volta e meia tocava no assunto”, diz o<br />

amigo <strong>de</strong> um ex-executivo da Credicard.<br />

O indivíduo se <strong>de</strong>para com o que nunca imaginou - a d<strong>em</strong>issão. S<strong>em</strong>pre objeto <strong>de</strong><br />

sensibilizações, internalização <strong>de</strong> valores e <strong>de</strong> engajamento às metas organizacionais,<br />

consi<strong>de</strong>rados pelo discurso organizacional mo<strong>de</strong>rno como sendo o que <strong>de</strong> mais importante<br />

existe para a <strong>em</strong>presa, o indivíduo per<strong>de</strong> o referencial que ele tinha não apenas no que se<br />

refere ao lado profissional, mas também per<strong>de</strong> a segurança que ele tinha no fato <strong>de</strong> uma<br />

<strong>em</strong>presa ser uma espécie <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma família <strong>de</strong> que fazia, por qu<strong>em</strong> jamais seria<br />

abandonado.<br />

A reconstrução da auto-estima é fundamental para um superexecutivo d<strong>em</strong>itido e, no<br />

caso, ele <strong>de</strong>verá recorrer ao auxílio médico ou psicológico. Já diss<strong>em</strong>os que a <strong>em</strong>presa, por<br />

meio da constante reprodução <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ologia, faz com que a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do indivíduo se<br />

confunda cada vez mais com a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da organização. O mundo do sujeito se torna o<br />

mundo da organização. Seus objetivos se entrelaçam com os da organização e sua vida<br />

começa a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r cada vez mais da <strong>em</strong>presa <strong>em</strong> que trabalha. As organizações são<br />

amplamente competentes ao r<strong>ea</strong>lizar<strong>em</strong> tal procedimento, mas não estão dispostas, <strong>em</strong> sua<br />

maioria, <strong>em</strong> criar algum mecanismo que não faça uso, <strong>de</strong> modo tão incisivo, da gestão do<br />

afetivo. Não estão interessados, <strong>de</strong> modo geral, <strong>em</strong> fazer com que o indivíduo <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhe<br />

eficient<strong>em</strong>ente suas ativida<strong>de</strong>s, auxilie no alcance dos objetivos organizacionais, s<strong>em</strong> que se<br />

vincule psiquicamente e profundamente à <strong>em</strong>presa e à sua cultura organizacional. É<br />

necessário, portanto, r<strong>ea</strong>valiar a utilização da sedução, da manipulação e <strong>de</strong> outros<br />

instrumentos que objetiv<strong>em</strong> o aumento da fascinação do indivíduo por seus lí<strong>de</strong>res e pela<br />

<strong>em</strong>presa.<br />

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