16.04.2013 Views

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O primeiro <strong>de</strong>les refere-se à questão do assédio moral que está cada dia mais presente nas<br />

organizações atuais, ou, ao menos, está sendo mais percebido do que anteriormente. Uma das<br />

principais pensadoras do t<strong>em</strong>a é Marie-France Hirigoyen, que analisa tanto teórica, quanto<br />

<strong>em</strong>piricamente como se dá esse assédio, isto é, essa “violência perversa no cotidiano” das<br />

relações <strong>de</strong> trabalho. É o abuso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> manipulação r<strong>ea</strong>lizada <strong>de</strong> maneira extr<strong>em</strong>ada, <strong>de</strong><br />

modo a minar as resistências dos indivíduos, humilhando-os e os tornando cada dia mais<br />

frágeis. A autora (2002, p.65) <strong>de</strong>fine assédio moral como “toda e qualquer conduta abusiva<br />

manifestando-se, sobretudo, por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam<br />

trazer dano à personalida<strong>de</strong>, à dignida<strong>de</strong> ou à integrida<strong>de</strong> física ou psíquica <strong>de</strong> uma pessoa,<br />

pôr <strong>em</strong> perigo seu <strong>em</strong>prego ou <strong>de</strong>gradar o ambiente <strong>de</strong> trabalho”.<br />

Como se disse, essa agressão sutil e constante vai minando as resistências dos<br />

indivíduos, também os <strong>de</strong>ixando na <strong>de</strong>fensiva, acuados. Da mesma forma, o assediado é<br />

<strong>de</strong>preciado, ignorado e ridicularizado, passando não raras vezes, a ser visto como<br />

probl<strong>em</strong>ático e <strong>de</strong> relacionamento difícil, s<strong>em</strong> que as pessoas saibam, muitas vezes, o que<br />

r<strong>ea</strong>lmente está acontecendo. O ponto é que o indivíduo começa a viver um pesa<strong>de</strong>lo, um<br />

estado <strong>de</strong> terror que se aprofunda cada vez mais, s<strong>em</strong> que ele saiba como escapar e, ao fim,<br />

como a única saída, o pedido <strong>de</strong> d<strong>em</strong>issão. Do seu lado, o perverso sabe manejar<br />

eficient<strong>em</strong>ente o sarcasmo e o <strong>de</strong>sprezo, sendo estes, mecanismos utilizados para<br />

<strong>de</strong>sestabilizar o outro. Segundo Hirigoyen (2002, p.122), <strong>em</strong> que basta: “zombar <strong>de</strong> suas<br />

convicções, <strong>de</strong> suas escolhas políticas, <strong>de</strong> seus gostos, não lhe dirigir a palavra, ridiculariza-lo<br />

publicamente, <strong>de</strong>negri-lo diante dos outros, priva-lo <strong>de</strong> toda possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressar-se,<br />

<strong>de</strong>bochar <strong>de</strong> seus pontos fracos, fazer alusões <strong>de</strong>sabonadoras a seu respeito, s<strong>em</strong> nunca<br />

explicitá-las e pôr <strong>em</strong> dúvida sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão”.<br />

O assediado não sabe como se contrapor a esse processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação, que só ten<strong>de</strong> a<br />

piorar ao longo do t<strong>em</strong>po. O agressor, <strong>de</strong> sua parte, abusa do po<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>tém na organização,<br />

aterrorizando as pessoas, <strong>de</strong> modo a compensar suas fraquezas e ineficiências:<br />

203<br />

“Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> chefes medíocres, sádicos, histéricos, que gritam, jogam coisas,<br />

invert<strong>em</strong> os papéis acusando o outro por perda <strong>de</strong> documentos, esquecimento<br />

<strong>de</strong> agenda, criam armadilhas para ver o outro fracassar e <strong>de</strong>pois po<strong>de</strong>r<strong>em</strong><br />

dizer: eu não disse que você não daria conta do recado?, viu como eu tinha<br />

razão <strong>em</strong> pensar que você é um incompetente?, não sei como posso trabalhar<br />

com alguém como você” (Freitas, 2001, 11).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!