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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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organização que recebe, assim, legitimida<strong>de</strong> que continua a acalentar seus<br />

sonhos <strong>de</strong> imortalida<strong>de</strong> que acreditam, <strong>de</strong>ssa maneira, não ser<strong>em</strong> tocados<br />

pela crise que afeta as instituições”.<br />

Enfim, o indivíduo subordina-se e se submete a todo um processo <strong>de</strong> dominação<br />

presente nas organizações, tomando a organização como seu mundo e único lugar <strong>de</strong><br />

r<strong>ea</strong>lização pessoal. Ele transforma, assim, a organização <strong>em</strong> seu id<strong>ea</strong>l <strong>de</strong> ego e <strong>em</strong> que todos<br />

aqueles <strong>de</strong>sejos por ela prometidos, especialmente <strong>de</strong> reconhecimento e o po<strong>de</strong>r, po<strong>de</strong>rão se<br />

concretizar. Esta, por sua vez, lança mão <strong>de</strong> discursos para conquistar o indivíduo e impedi-lo<br />

<strong>de</strong> expressar-se livr<strong>em</strong>ente: sabe-se que a palavra livre t<strong>em</strong> o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> auxiliar <strong>em</strong> propostas<br />

<strong>de</strong> mudança, <strong>de</strong> conscientização do indivíduo e no <strong>de</strong>senvolvimento do senso crítico.<br />

Além disso, há também um conjunto especial <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos relacionados ao sucesso e à<br />

busca da perfeição que estão presentes no imaginário organizacional e nas relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

das organizações mo<strong>de</strong>rnas. Já vimos que o sujeito anseia por ser amado e é levado a ver que<br />

é possível suprir tais <strong>de</strong>sejos na organização <strong>em</strong> que trabalha. Agora, ao lado do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

ser amado, há também, por parte do sujeito, <strong>de</strong> acordo com LAPIERRE (1989), o medo do<br />

fracasso, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapontar a gran<strong>de</strong> mãe <strong>em</strong>presa que acreditou nele, isto é, que o fez acreditar<br />

que o sucesso da organização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>le. Este autor aborda ainda algumas <strong>em</strong>oções<br />

conflituosas que exerc<strong>em</strong> gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r nas relações <strong>de</strong> trabalho das organizações, como o<br />

medo da perda do status e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> estar acima dos outros, <strong>em</strong> um nível excepcional.<br />

Um dos principais probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>ssa nova relação <strong>em</strong>presa-indivíduo refere-se “à<br />

redução consi<strong>de</strong>rável da capacida<strong>de</strong> crítica do sujeito e, conseqüent<strong>em</strong>ente, <strong>de</strong> suas<br />

possibilida<strong>de</strong>s concretas <strong>de</strong> opor uma resistência a essas políticas”. S<strong>em</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um maior senso crítico, o indivíduo se coloca numa posição <strong>de</strong> crescente alienação <strong>em</strong><br />

relação a sua própria vida. Ainda <strong>de</strong> acordo com LIMA (1996, p.126), “a alienação está<br />

fort<strong>em</strong>ente presente nessas <strong>em</strong>presas, apesar <strong>de</strong> todo o esforço <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong> enriquecer o<br />

conteúdo do trabalhado e <strong>de</strong> mobilizar os trabalhadores”. As relações <strong>de</strong> trabalho começam a<br />

se bas<strong>ea</strong>r na alienação do indivíduo. Este é inserido num ambiente ilusório e n<strong>em</strong> imagina<br />

que, no final do jogo, a <strong>em</strong>presa dificilmente vai cumprir o que lhe prometeu. Apesar disso,<br />

as pessoas buscam uma r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong>, que não existe, a qual a <strong>em</strong>presa estará incumbida <strong>de</strong><br />

forjar.<br />

“S<strong>em</strong> imaginário não existe projeto <strong>de</strong> sonho a r<strong>ea</strong>lizar, <strong>de</strong> utopia, <strong>de</strong> mundo a<br />

construir” (ENRIQUEZ,1974, p.59). Desse modo, ENRIQUEZ d<strong>em</strong>onstra a importância do<br />

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