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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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proximida<strong>de</strong> com o termo i<strong>de</strong>ologia, que se mescla com a linguag<strong>em</strong>. É necessário se<br />

analisar as relações do social com a linguag<strong>em</strong>, a fim <strong>de</strong> se compreen<strong>de</strong>r o processo<br />

i<strong>de</strong>ológico existente na palavra. De acordo com BRANDÃO (1998, p.11), “a linguag<strong>em</strong><br />

não po<strong>de</strong> ser encarada como uma entida<strong>de</strong> abstrata, mas como o lugar <strong>em</strong> que a i<strong>de</strong>ologia<br />

se manifesta concretamente, <strong>em</strong> que o i<strong>de</strong>ológico, para se objetivar, precisa <strong>de</strong> uma<br />

materialida<strong>de</strong>”.<br />

É necessário enten<strong>de</strong>r, ainda, o contexto sócio-histórico <strong>em</strong> que o texto está<br />

inserido e o que existe <strong>de</strong> explícito e <strong>de</strong> oculto no texto. Nesse sentido, pod<strong>em</strong>os enten<strong>de</strong>r<br />

esse campo <strong>de</strong> estudo como estando além da lingüística, não sendo apenas uma mera<br />

extensão da mesma (visão européia, haja vista que, na perspectiva americana, existe maior<br />

preocupação com os el<strong>em</strong>entos e com a forma do texto). Na análise <strong>de</strong> discurso, a partir da<br />

perspectiva teórico francesa, existe a preocupação fundamental com o contexto <strong>em</strong> que<br />

ocorre a produção. “Nesta perspectiva, não se trata <strong>de</strong> examinar um corpus como se tivesse<br />

sido produzido por um <strong>de</strong>terminado sujeito, mas <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar sua enunciação como o<br />

correlato <strong>de</strong> uma certa posição sócio-histórica na qual os enunciadores se revelam<br />

substituíveis”. (MAINGUENEAU, 1997, p14). Além disso, a análise da linguag<strong>em</strong> não é<br />

mais vista apenas como o estudo da estrutura interna, mas também do processo i<strong>de</strong>ológico<br />

envolvido <strong>em</strong> sua construção.<br />

BRANDÃO ressalta (1998, p.18) que “a linguag<strong>em</strong> passa a ser um fenômeno que<br />

<strong>de</strong>ve ser estudado não só <strong>em</strong> relação ao seu sist<strong>em</strong>a interno, enquanto formação lingüística<br />

a exigir <strong>de</strong> seus usuários uma competência específica, mas também enquanto formação<br />

i<strong>de</strong>ológica”. A partir da análise do discurso, pod<strong>em</strong>os, então, compreen<strong>de</strong>r que a<br />

linguag<strong>em</strong> não é transparente e que é necessária entendê-la como algo simbólico. As<br />

palavras contém um alto grau <strong>de</strong> contornos i<strong>de</strong>ológicos e <strong>de</strong> sentidos que não estamos<br />

acostumados a perceber <strong>de</strong> maneira rápida e contínua.<br />

E não é apenas com a i<strong>de</strong>ologia que o discurso t<strong>em</strong> forte relação, mas também com<br />

a própria construção da r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong>. <strong>Discurso</strong> não é somente transmissão <strong>de</strong> informação. Ele<br />

é b<strong>em</strong> mais que isso; ele respon<strong>de</strong> também pela própria construção social. Ele contribui<br />

além <strong>de</strong>ssa construção, na busca da significação do mundo.<br />

Dessa forma, o discurso assume um papel político extr<strong>em</strong>amente relevante e que<br />

<strong>de</strong>ve ser analisado <strong>de</strong> acordo com as contribuições que ele dá tanto à manutenção das<br />

relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> dominação quanto às transformações <strong>de</strong>ssas relações. O discurso<br />

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