O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
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escassos, o processo <strong>de</strong>cisório, o conhecimento, a tecnologia, a organização informal e a<br />
informação, a habilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> se lidar com a incerteza, o uso da estrutura organizacional, as<br />
regras e os regulamentos, a possessão dos meios <strong>de</strong> sanção, a competência do lí<strong>de</strong>r, a<br />
legitimida<strong>de</strong>, a i<strong>de</strong>ntificação e o amor-fusão.<br />
Descritas as fontes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, cabe concluir, então, que a <strong>em</strong>presa é um dos espaços<br />
<strong>em</strong> que o po<strong>de</strong>r se liga ao amor e à morte. Este amor se torna, cada vez mais, um<br />
instrumento eficaz no alcance dos objetivos organizacionais e na submissão das pessoas a<br />
uma ord<strong>em</strong> estabelecida pela i<strong>de</strong>ologia dominante, isto é, pela lógica <strong>de</strong> mercado. Por meio<br />
do amor, almeja-se colonizar os inconscientes das pessoas. A organização, <strong>em</strong><br />
<strong>de</strong>terminados momentos, faz uso <strong>de</strong>sse controle, transformando-o <strong>em</strong> algo am<strong>ea</strong>çador ao<br />
qual o sujeito <strong>de</strong>ve se submeter. Neste sentido, Motta coloca que (1991, p.11),<br />
“a organização é amada e odiada a um só t<strong>em</strong>po. Ela é objeto <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificação e amor, fonte <strong>de</strong> prazer e <strong>de</strong> energia. O indivíduo torna-se<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Ele precisa da organização, não apenas <strong>em</strong> termos <strong>de</strong><br />
sobrevivência material, mas também <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Prazer e<br />
angústia, ou melhor, prazer vivido antecipadamente e angústia <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> as<br />
relações entre indivíduo e organização”.<br />
É possível i<strong>de</strong>ntificar, no controle pelo amor, tanto a fascinação quanto a sedução,<br />
que acabam por criar um ambiente altamente propício para o domínio do outro. Pois,<br />
quando o indivíduo está hipnotizado por alguma figura, ele se torna presa mais fácil da<br />
manipulação, isto é, dos alvos dos <strong>de</strong>sejos das <strong>em</strong>presas. A partir da relação hipnótica que<br />
se forma, o indivíduo se abandona totalmente ao objeto <strong>de</strong> fascinação. Nada existe além<br />
<strong>de</strong>le e tudo <strong>de</strong>ve ser feito para ele, levando a uma servidão que po<strong>de</strong> chegar a extr<strong>em</strong>os,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da vonta<strong>de</strong> do hipnotizador. O responsável pela fascinação diz que o sujeito<br />
po<strong>de</strong> concretizar seus sonhos, basta que se submeta ao – e se pareça com – o dominador.<br />
De acordo com ENRIQUEZ (1991, p.249, tradução nossa), “assim na fascinação o que está<br />
<strong>em</strong> jogo é a possibilida<strong>de</strong> dos homens <strong>em</strong> se per<strong>de</strong>r<strong>em</strong> <strong>em</strong> um ser portador <strong>de</strong> uma religião,<br />
<strong>de</strong> um mito ou <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ologia e <strong>de</strong> se encontrar. Pela fusão amorosa com o ser que<br />
fascina, o indivíduo <strong>de</strong>ixa sua dimensão corporal, seu eu se dilata. Nessa exaltação do eu, o<br />
indivíduo sai <strong>de</strong> si mesmo”. Quanto à sedução, po<strong>de</strong>-se dizer, a partir <strong>de</strong> ENRIQUEZ<br />
(1991), que ela resi<strong>de</strong> na aparência: um sorriso, palavras escolhidas com precaução, e<br />
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