O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Cabe ao indivíduo <strong>de</strong>finir os limites <strong>de</strong> atuação da <strong>em</strong>presa na sua vida, <strong>de</strong>finir<br />
também os padrões <strong>de</strong> conduta que consi<strong>de</strong>re a<strong>de</strong>quados, e equilibrá-los com as normas e<br />
regras da organização para que sua vida seja mais o harmônica possível. É necessário que o<br />
indivíduo esteja constant<strong>em</strong>ente preparado para agir e respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> maneira habilidosa e<br />
centrada às dificulda<strong>de</strong>s relacionadas à d<strong>em</strong>issão. Um ex<strong>em</strong>plo claro do <strong>de</strong>sespero que po<strong>de</strong><br />
acometer um indivíduo que tenha <strong>de</strong>dicado sua vida a <strong>de</strong>terminada <strong>em</strong>presa e <strong>de</strong>pois tenha<br />
sido d<strong>em</strong>itido sumariamente po<strong>de</strong> ser verificado no artigo “O executivo é o próprio negócio”<br />
(EXAME, 12/05/93, p. 74-76). De acordo com o artigo, a partir do <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> um<br />
<strong>em</strong>presário e consultor <strong>de</strong> uma <strong>em</strong>presa <strong>de</strong> outplac<strong>em</strong>ent, um executivo com 27 anos <strong>de</strong><br />
<strong>em</strong>presa e um salário <strong>de</strong> 500.000 dólares por ano foi d<strong>em</strong>itido numa sexta-feira à tar<strong>de</strong> s<strong>em</strong><br />
muita cerimônia, para ce<strong>de</strong>r o cargo para um amigo <strong>de</strong> um importante acionista da <strong>em</strong>presa. O<br />
choque foi tão gran<strong>de</strong> que o indivíduo n<strong>em</strong> <strong>de</strong> casa sai. Cabe, fazer a citação <strong>de</strong>ste caso: na<br />
saída <strong>de</strong> uma reunião, o presi<strong>de</strong>nte diz: “preciso d<strong>em</strong>itir você. Um <strong>de</strong> nossos principais<br />
acionistas t<strong>em</strong> um amigo que ele precisa colocar na <strong>em</strong>presa. O único lugar que nós t<strong>em</strong>os é o<br />
seu. Sinto dizer...Olhe não é nada pessoal”. Esse executivo d<strong>em</strong>itido n<strong>em</strong> mais <strong>de</strong> casa sai,<br />
s<strong>em</strong> se recuperar do impacto da d<strong>em</strong>issão.<br />
É possível elencarmos inúmeros ex<strong>em</strong>plos do que ocorre, todos os dias, nas <strong>em</strong>presas<br />
mundo afora. As organizações só quer<strong>em</strong> o superxecutivo, o super-hom<strong>em</strong> organizacional, até<br />
o momento <strong>em</strong> que este interessa a ela, quando não mais existe o retorno esperado por parte<br />
<strong>de</strong>le, ele é d<strong>em</strong>itido sumariamente. É claro que tudo é um palco <strong>em</strong> que as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />
são exercidas e que não existe o “coitadinho”: o indivíduo só po<strong>de</strong> ser dominado, se ele se<br />
<strong>de</strong>ixar dominar. É um jogo <strong>em</strong> que ele quis entrar, mas po<strong>de</strong> ter se envolvido <strong>de</strong> tal forma que<br />
não mais consegue sair s<strong>em</strong> seqüelas, seja pela intromissão exagerada da <strong>em</strong>presa <strong>em</strong> sua vida<br />
pessoal, seja pelo t<strong>em</strong>or da d<strong>em</strong>issão, ou por qualquer outra razão.<br />
Além do mais, o executivo, no caso da d<strong>em</strong>issão, ten<strong>de</strong> a sofrer mais impacto do que<br />
um funcionário do nível hierárquico mais baixo, uma vez que recebe um conjunto <strong>de</strong><br />
benefícios e símbolos <strong>de</strong> status que tornam mais penosa a perda do <strong>em</strong>prego. De acordo com<br />
o artigo recém referido, “O operário s<strong>em</strong>pre teve uma vida mais dura <strong>em</strong> sua relação com a<br />
<strong>em</strong>presa. O executivo, não. Ele s<strong>em</strong>pre foi mimado, atendido pela <strong>em</strong>presa, orientado pela<br />
<strong>em</strong>presa. Então ele se sente terrivelmente perdido e traído pela <strong>em</strong>presa”. A saída do<br />
executivo é repleta <strong>de</strong> revolta e po<strong>de</strong> levar a uma mescla <strong>de</strong> alienação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão. E com a<br />
crise mundial e os processos continuados <strong>de</strong> d<strong>em</strong>issão <strong>em</strong> massa, o indivíduo terá muitas<br />
133