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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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ex executivo com farta experiência t<strong>em</strong> sido preterido <strong>em</strong> entrevistas <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> pessoal,<br />

<strong>em</strong> função da ida<strong>de</strong>. Diz ele: “Qu<strong>em</strong> t<strong>em</strong> mais <strong>de</strong> 40 anos t<strong>em</strong> muito mais vivência, mas,<br />

tecnicamente falando, um sujeito <strong>de</strong> 35 anos t<strong>em</strong> o que a <strong>em</strong>presa precisa, e sai mais barato”.<br />

Questiona-se, então, quais serão os limites <strong>de</strong>sse processo, os limites do <strong>de</strong>sejo da eterna<br />

juventu<strong>de</strong>.<br />

Outro probl<strong>em</strong>a referente à relação da <strong>em</strong>presa com seus <strong>em</strong>pregados é o do aumento<br />

dos índices <strong>de</strong> d<strong>em</strong>issão <strong>de</strong> executivos da linha intermediária e da cúpula estratégica. É sabido<br />

que as <strong>em</strong>presas <strong>de</strong>sejam superexecutivos comprometidos com a organização, pessoas que<br />

possam aumentar seus retornos no mercado. E os executivos, por sua vez, na ânsia <strong>de</strong> atingir<br />

seus objetivos e ser reconhecidos “entram no jogo”, dispostos a tudo, ou quase tudo, para a<br />

efetivação <strong>de</strong> seus objetivos. Chega o momento, entretanto, <strong>em</strong> que o executivo é expulso, <strong>em</strong><br />

que acredita estar se saindo b<strong>em</strong>; ele acaba sendo d<strong>em</strong>itido, aposenta-se ou é aposentado. Sua<br />

saída da <strong>em</strong>presa lhe causa não apenas probl<strong>em</strong>as financeiros, mas também <strong>em</strong>ocionais,<br />

chegando inclusive ao suicídio. A partir da década <strong>de</strong> 90, o indivíduo começa a ser visto como<br />

um ativo, e mesmo que tenha se <strong>de</strong>dicado intensamente à <strong>em</strong>presa, po<strong>de</strong>rá ser d<strong>em</strong>itido a<br />

qualquer momento. “A cultura do <strong>de</strong>scartável ou da obsolescência atingiu todos os níveis:<br />

saberes, ida<strong>de</strong>s, carreiras, competências, grupos etc.” (FREITAS, 1999, p.06). Assim, não é<br />

<strong>de</strong> espantar que, segundo Freitas, “muitas d<strong>em</strong>issões foram feitas por e-mail, por telefone, no<br />

meio das férias, no final do expediente quando o indivíduo já estava no estacionamento e por<br />

atos covar<strong>de</strong>s s<strong>em</strong>elhantes”. Nesse contexto, o indivíduo que não é <strong>de</strong>sejado pela <strong>em</strong>presa é<br />

rapidamente <strong>de</strong>scartado, aquele que fica é estimulado e obrigado a servi-la, cada vez mais<br />

inserido no contexto do “matador cool” (da eliminação do adversário com doçura).<br />

Então, a prática das d<strong>em</strong>issões, inserida no modismo do enxugamento tornou-se uma<br />

constante da <strong>em</strong>presa nos últimos anos. O número <strong>de</strong> cortes foi, e continua sendo,<br />

significativo. Segundo CALDAS (2000, p.19), “a onda <strong>de</strong> cortes <strong>de</strong> pessoal que t<strong>em</strong>os<br />

presenciado no mundo oci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 80 já provocou a perda <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego <strong>em</strong><br />

uma proporção <strong>de</strong> indivíduos só igualada pela gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão dos anos 30”. E esse processo<br />

<strong>de</strong> enxugamento é r<strong>ea</strong>lizado <strong>de</strong> maneira direta, ou indireta, como aposentadorias pr<strong>em</strong>aturas.<br />

O Brasil não ficou fora <strong>de</strong>ssa onda <strong>de</strong> cortes, com uma difusão profunda <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>em</strong>presas<br />

no início da década <strong>de</strong> 90, tais como a Alcatel, Brast<strong>em</strong>p e a Andra<strong>de</strong> Gutierrez, gerando<br />

também um gran<strong>de</strong> t<strong>em</strong>or na socieda<strong>de</strong> <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego.<br />

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