O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...
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Um ponto interessante do artigo refere-se à compreensão da mudança <strong>de</strong> estilo <strong>de</strong> vida<br />
ser mais fácil <strong>de</strong> ser r<strong>ea</strong>lizada na <strong>em</strong>presa do que na vida extra trabalho. Isso ocorre, <strong>de</strong> acordo<br />
com o artigo, <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> que “as pessoas passam a maior parte <strong>de</strong> sua vida no trabalho e ali<br />
já exist<strong>em</strong> canais <strong>de</strong> comunicação estabelecidos [...] além disso, os <strong>em</strong>pregadores s<strong>em</strong>pre têm<br />
um po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> convencimento muito gran<strong>de</strong>”, exclama De Marchi. Em outras palavras, <strong>de</strong>vido<br />
ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> posição do <strong>em</strong>pregador, o funcionário <strong>de</strong>ve “estar aberto às sugestões” dadas a<br />
ele. Este mesmo po<strong>de</strong>r e o medo do <strong>em</strong>pregado pod<strong>em</strong> levá-lo a tomar <strong>de</strong>cisões que<br />
privilegi<strong>em</strong> sua saú<strong>de</strong>, como parar <strong>de</strong> fumar. O probl<strong>em</strong>a é que esse tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ser<br />
do indivíduo, não <strong>de</strong>vendo ter influência da organização a que ele pertence. Um ponto<br />
positivo do conteúdo do artigo refere-se ao fato <strong>de</strong> que a gran<strong>de</strong> preocupação das <strong>em</strong>presas é<br />
com a produtivida<strong>de</strong> e isso é colocado explicitamente. Lê-se no artigo, “a preocupação com o<br />
b<strong>em</strong>-estar dos funcionários não é uma manifestação <strong>de</strong> filantropia das companhias. Num<br />
momento <strong>em</strong> que a produtivida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> se tornam palavras <strong>de</strong> ord<strong>em</strong>, a saú<strong>de</strong><br />
necessariamente se transforma <strong>em</strong> priorida<strong>de</strong>”.<br />
A gestão do afetivo se torna presente na medida <strong>em</strong> que o funcionário se torna objeto<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas práticas da <strong>em</strong>presa, criando laços afetivos que possam gerar, <strong>em</strong> algum<br />
momento futuro, algum divi<strong>de</strong>ndo para a <strong>em</strong>presa. As necessida<strong>de</strong>s e os <strong>de</strong>sejos dos<br />
indivíduos, assim como suas frustrações passadas, são utilizadas pela organização para criar<br />
ou aumentar o comprometimento que o indivíduo t<strong>em</strong> com a organização. O discurso da<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no trabalho beneficia o indivíduo, mas beneficia ainda mais a <strong>em</strong>presa <strong>em</strong><br />
que ele trabalha. O indivíduo percebe a organização <strong>em</strong> uma <strong>de</strong> suas máscaras mais utilizadas<br />
– a mãe protetora, toda-po<strong>de</strong>rosa e capaz <strong>de</strong> nutrir e abrigar o indivíduo. Cabe dizer que o<br />
probl<strong>em</strong>a levantado não se refere ao fato da <strong>em</strong>presa ser como um animal carnívoro, como um<br />
lobo, mas se apresentar como sendo um carneiro.<br />
Outro grave probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> vivenciado por vários executivos é a <strong>de</strong>pressão, um<br />
mal que está cada vez mais perto das <strong>em</strong>presas e causa gran<strong>de</strong> sofrimento a eles e prejuízos<br />
para as organizações. O excesso <strong>de</strong> trabalho, as cobranças constantes, a necessida<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />
alcançar as metas estabelecidas pela <strong>em</strong>presa, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser constant<strong>em</strong>ente<br />
reconhecido pod<strong>em</strong> colocar o indivíduo <strong>em</strong> uma posição <strong>de</strong>licada, principalmente <strong>em</strong><br />
momentos críticos como a d<strong>em</strong>issão. O artigo “De volta à tona após a <strong>de</strong>pressão”, (GOMES,<br />
Exame, 02/02/94, p.72-74) traz essa probl<strong>em</strong>ática. Lê-se que “<strong>em</strong> busca <strong>de</strong> mais eficiência, as<br />
<strong>em</strong>presas começaram a d<strong>em</strong>itir também gerentes e diretores, até então imunes às crises. E<br />
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