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O Discurso Organizacional em Recursos Humanos ea - Sistema de ...

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i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> extr<strong>em</strong>amente forte. De acordo com ENRIQUEZ (1997), é possível i<strong>de</strong>ntificar<br />

um aspecto do amor – a fascinação - <strong>em</strong> que ocorre a perda <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, que leva ao<br />

abandono e ao êxtase, e essa fascinação, utilizando-se da máscara do amor, permite a<br />

manutenção do po<strong>de</strong>r e da pulsão <strong>de</strong> morte. O indivíduo per<strong>de</strong> toda sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

criação e <strong>de</strong> construção da r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong>; <strong>em</strong> que PAGÈS (1987, p.73) nos coloca que o<br />

indivíduo “se imagina construindo o mundo, enquanto na r<strong>ea</strong>lida<strong>de</strong> ele está sendo produzido,<br />

investido por todas as partes e mo<strong>de</strong>lado até no seu interior”.<br />

E o lí<strong>de</strong>r t<strong>em</strong> um papel fundamental nesse cenário. Uma das principais características<br />

do lí<strong>de</strong>r é a <strong>de</strong> inspirar o indivíduo a levar adiante os projetos da <strong>em</strong>presa, comprometendo-<br />

se com ela e encaixando o seu imaginário no imaginário da <strong>em</strong>presa. Essa inspiração para<br />

com a missão e a visão <strong>de</strong> futuro da organização po<strong>de</strong> atingir <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminado grau, o<br />

processo <strong>de</strong> fascinação, <strong>em</strong> que o indivíduo estará hipnotizado pelo lí<strong>de</strong>r, pela pessoa e pelo<br />

que representa esse lí<strong>de</strong>r, inclusive enquanto referência do modo <strong>de</strong> conduta e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

ação, não somente quanto à vida profissional, mas também no que se refere à vida pessoal.<br />

E o lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penha papel fundamental no processo <strong>de</strong> “apego” do indivíduo à<br />

<strong>em</strong>presa. Como já diss<strong>em</strong>os, um dos principais tipos <strong>de</strong> controle existentes nas gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>em</strong>presas é o controle pelo amor. As gran<strong>de</strong>s <strong>em</strong>presas faz<strong>em</strong> uso, <strong>de</strong> acordo com<br />

ENRIQUEZ (1997), da gestão do afetivo, para alcançar seus propósitos, com o menor<br />

número possível <strong>de</strong> conflitos. Existe, então, um processo <strong>de</strong> enamoramento e <strong>de</strong> fascinação<br />

por algo novo, ou pelo menos que tenha uma roupag<strong>em</strong> nova <strong>em</strong> cima do velho<br />

conservadorismo, como os regimes fascistas. Os cegos <strong>de</strong> amor vê<strong>em</strong> com os olhos dos<br />

lí<strong>de</strong>res que mostram o caminho que <strong>de</strong>ve ser seguido.<br />

Como é sabido, o fascínio está diretamente relacionado com o mito <strong>de</strong> Narciso que se<br />

apaixona pela sua própria imag<strong>em</strong> na água, e se lança <strong>em</strong> direção à imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> modo<br />

hipnótico, afogando-se <strong>em</strong> sua própria paixão e fascínio por si mesmo. É necessário resgatar<br />

o hom<strong>em</strong> <strong>de</strong>sse afogamento e tentar elucidar o <strong>em</strong>aranhado <strong>de</strong> processos presentes <strong>em</strong> seu<br />

inconsciente. Pois o fascínio po<strong>de</strong> ser um instrumento tão forte nas mãos da organização a<br />

ponto <strong>de</strong> fazer com que os indivíduos vejam a <strong>em</strong>presa como se fosse uma igreja, uma fonte<br />

<strong>de</strong> fé e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> para suas vidas vazias e muitas vezes s<strong>em</strong> sentido. Os homens<br />

enxergam na <strong>em</strong>presa uma oportunida<strong>de</strong> para se <strong>de</strong>dicar<strong>em</strong> a algo <strong>em</strong> que acreditam, mesmo<br />

que seja uma crença frágil e bas<strong>ea</strong>da <strong>em</strong> fatores superficiais como o dinheiro e o<br />

reconhecimento. Sua <strong>de</strong>dicação é uma a<strong>de</strong>são i<strong>de</strong>ológica, uma a<strong>de</strong>são a um conjunto <strong>de</strong><br />

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