Prácticas de lectura y escritura - Universidades Lectoras

crianças que frequentam a educação pré-escolar e os primeiros
seis anos do ensino básico, numa lógica de começar
a formar leitores, mas não de manter estes leitores em formação.
Várias Universidades e Institutos Politécnicos do nosso
país já estabeleceram protocolos com o PNL, embora,
em relação a algumas instituições, tenhamos notícias de
que não têm sido fácil envolver a comunidade estudantil
e educativa em geral na dinamização de actividades em
redor da leitura.
Este poderá ser então, eventualmente, um dos motivos
pelo qual o estudo de Lages et al. (2007) não se debruça
sobre a população estudantil que frequenta o ensino superior.
No entanto, se atentarmos um pouco mais sobre este
estudo, nomeadamente em relação ao ensino secundário,
poderemos, certamente, detectar alguns traços que caracterizam
os alunos que chegam ao ensino superior. Assim,
Lages et al. (2007, p. 365) afirmam que 5% dos alunos respondentes
declararam ser viciados em leitura e mais de
24% afirmaram gostar muito de ler. Outro dado avançado
por esta equipa de investigação revela que há uma relação
entre o gosto pela leitura e o nível de ensino que os estudantes
desejam atingir, ou seja, “o gosto cresce quase exponencialmente
dos que desejam ficar no 12º ano até aos que
pretendem chegar ao doutoramento”. (p. 365).
Estes dados mostram-nos que a população estudantil
do ensino secundário, que gosta de ler, está claramente
em pequena percentagem. A observação diária das dificuldades
na leitura e na escrita dos nossos alunos do ensino
superior bem como das suas práticas de leitura, levou-nos
a colocar a hipótese de que, provavelmente, estamos ainda
perante “leitores em construção”.
Ângela Balça - Paulo Costa - Natividade Pires - António Pais
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